ENTREVISTA: JOÃO SEHN

João Luiz Sehn, 46, pai de João Pedro, 2, advogado trabalhista, filiado ao PT desde 1988, partido que presidiu em Lajeado durante sete anos, põe seu nome e sua pessoa para concorrer a vereador  nas próximas eleições, carregando a bandeira dos direitos civis e humanos: contra a discriminação racial, contra os preconceitos sexuais, à favor das crianças e adolescentes, por uma qualidade nos atendimentos à saúde do trabalhador, entre outras. Durante a semana nos encontramos por aí:

Com tantas decepções no mundo político, tanta roubalheira, concorrer agora?

Não dá para perder as esperanças. O momento atual  é bom em Lajeado. O povo está ansioso por mudanças. Sou uma pessoa qualificada e estou pondo meu nome como opção para os eleitores dessa cidade, que me acolheu há 15 anos.

Mas tu viestes de onde?

Sou de Saudade, a capital sentimental do Brasil, em Santa Catarina.

E Lajeado?..

Uma cidade acolhedora, bonita, bacana para se viver, com um povo maravilhoso. Acredito que a maioria das pessoas que vieram para cá foram muito bem acolhidos. Como eu. Lajeado tem algo diferente. Talvez pela mistura de descendentes italianos com alemães com negros e portugueses, resultou esse povo trabalhador e festeiro, transformando essa cidade boa para se morar.

Tu não vê Lajeado como uma cidade de moral retrógrada?

Olha, o preconceito existe em todos os lugares e independente das orientações sexuais dos indivíduos. A sociedade não é, as pessoas são. Eu não sinto isso tão presente em Lajeado.

E a candidatura da travesti Malu?

 Ela paga imposto como todo mundo e  é fruto da nossa sociedade., concordem ou não. Se ela está aí é porque alguém “paga” pelos seus serviços, o seu produto. Não sou contra sua candidatura. Um partido que se quer moderno, sem preconceito, deve encarar essas idiossincrasias, essas características comportamentais peculiares a um grupo. Enquanto cidadã, é um direito da Malu concorrer. 

A gente se vê por aí, João!