Tenho caminhado nas ruas da cidade, mesmo no calor. Vez em quando, adoro ônibus e ruas cheias. É ali que a vida acontece.
Ando orgulhosa dos pacotinhos do povo pelas ruas.
Tudo pequeninho. (imagino que sejam bombons e panetones... mas, pode até ser jóias... eu posso estar redondamente enganada)
Porque se endividar até a Páscoa para ser o Papai Noel dos outros é o fim.
Tão bonito ver lembranças e não presentes.
Estes dias passei de carro pelas ruas de madrugada. Achei a cidade democrática: as putas e as luzes de natal.
Imagina no inverno, no frio, quase peladas... as ruas com aquele nevoeiro.
Mas, enfim: as putas iluminadas pelas luzes de natal foi uma imagem bem bonita.
Fiquei satisfeita que vi poucos pinheiros por aqui imitando neve. Aquelas bolinhas de algodão, sabe? Porque imitar a neve neste calor é algo que me retorce as tripas.
Somos a cidade da enchente, não da neve... e do calor... e dos mosquitos...
Para aumentar um pouco mais a minha simpatia (quase repentina) pelas ruas da cidade,
estes dias vi uma senhora saindo de uma loja numa felicidade quase infantil com um ventilador bem pequeno nas mãos.
Dizia para o filho: agora estamos preparados para o calor.
Senti vergonha de mim, me sentindo vitimada pelo calor na companhia constante do ar condicionado.
É mais ou menos isto: quando os caminhos me desconstroem eu acho que ali brota vida. Achei a minha cidade tão maior que estes canteiros floridos, que estas brigas políticas.
Nas suas putas iluminadas pelo natal, nas pessoas com os pacotinhos pelos quais podem pagar à vista, nos seus pinheiros mais condizentes ao nosso clima e na alegria sincera da senhora que conseguiu comprar um ventilador.
Tanto que não penso em voltar à academia, penso em seguir caminhando. Pelas ruas.
Que se abrem finalmente ao mundo como as pernas de uma puta.
Aline Lenz
Uma coisa boa da Carminha heheh, faz tempo que não tem mosquitos na cidade, lá cá um que outro...nada de enxame que tinha a alguns anos atrás...e povo ajuda, fora dengue tssssssssssssss
ResponderExcluirLinda sua crônica, Aline. Lajeado, habitada, é uma piada, e de mau gosto. Tínhamos que importar uma legião de mohameds malucos para fazer uma faxina na
ResponderExcluirna cidade.