sexta-feira, 6 de maio de 2011

FALECIMENTO: ZULEIKA BORN

Era uma tarde de quarta-feira, em março de 2009. Sentei com dona Zuleika Born que revelou todas as dificuldades, pressões e os desafios que enfrentou para fundar a  Escola João Batista de Mello, nos anos 60.

“Na época muitos alunos cursavam primeiro o primário primeiro no Fernandes Vieira. Depois para continuar cursando o ginásio precisavam seguir no São José, Madre Bárbara ou CEAT.

Os que se encontravam em situação desfavorável, se não ganhavam bolsa, desistiam de estudar.

Foi então que procurei o Brizola para construirmos uma escola estadual. Naquela época existia a Campanha Nacional de Educação. Em três meses, a inspetoria oficializou a nova escola estadual e o Melinho iniciou em 4 salas cedidas pelo Fernandes Vieira.
Os padres e o Ceat não gostaram. O prof. Altmann disse que “quebraria” a escola dele. Eu disse que, pelo contrário, os jovens sairiam do ginásio e procurariam pelo 2º grau – científico, etc – o que não podia eram nossos aluninhos ficarem sem estudo.
Não me indispus com nenhuma escola.
Em 1961 nossos alunos fizeram exame de admissão e em março de 1962 iniciamos o ginásio com 4 turmas.”

5-6-1924 
5-5-2011

Agora, soube que dona Zuleika faleceu na noite de ontem.
Fez tanto pela educação desta cidade.
Partiu tão silenciosamente.
Mas tenho certeza de que marcou toda uma geração.
Várias gerações.

7 comentários:

Renato Worm disse...

No meu comentário de abertura do programa de hoje, vou fazer uso do teu relato sobre o falecimento da professora Zuleica Born.
Sei que não farás objeção.
Espero que tão logo a lei permitir, seu nome seja colocado em uma escola do município.
Mesmo estando afastada, foi um verdadeiro ícone na educação da região.

Elacy Maria Togni disse...

Bom dia Laura, eu não podia perder a oportunidade de dizer, que a Dona Zuleica fez muito por mim, como fez por muitos, os menos favorecidos, até a oportunidade de fazer um segundo exame de admissão para o ginásio ela me deu (naquela época era um pouco mais burra que agora, que digam os meu professores de Português). Ela não queria ninguém fora da escola, pois ela sabia como poucos que cidadãos se faz com conhecimento. E aproveito para dizer que através das aulas do Sr. Darci Corbellini no Melinho que aprendi o que é ser brasileiro e cidadão, hoje muito poucos sabem. A Dona Zuleica merecia um desfile em carro de Bombeiro pelo que fez pelo povo Lajeadense e não uns e outros, um abraço elacy

serjao disse...

O que dizer sobre Dona Zuleika? Espiritualidade,simplicidade,dedicacao,amor irrestrito a educacao e familia.Um exemplo integro a toda comunidade Lajeadense. Brilhante,brilhante,brilhante. Muito obrigado.

Roberto Ruschel disse...

Quero registrar que Bea e eu saimos neste momento da Cathedrale Notre-Dame de Strasbourg, onde rezamos pela Tia Zu. Segunda mãe minha e de muitos que foram privilegiados por sua incansável abnegação em prol dos menos afortunados. Nossos sentimentos a família enlutada.

Anônimo disse...

Eu queria dizer que saí da capelinha do florestal e orei támbém.

serjao disse...

E que os anjos no ceu nao se atrazem,pois as aulas comecam cedo, e a professora ja chegou! Paz.

maria helena born disse...

Os anjos do céu estavam esperando por meu pai, agora a "professora" já tem novamente ao seu lado o seu grande companheiro e o braço em que sempre se apoiou na sua caminhada aqui na Terra. Meus pais amados ainda tem muito trabalho pela frente... que Deus ilumine seus caminhos!
E obrigada pelo exemplo de vida que deixaram para a grande família que veio através de vocês - Zuleika e Werner Born - Saudades...