domingo, 5 de agosto de 2012

DIA D


Durante uns bons anos escrevi contos. 
Fui guardando. 
Às vezes publicava na internet. Recolhia. Guardava. Corrigia. Gaveta. Corrigia. Gaveta. 
No final do ano passado mostrei para uma amiga. 
Para uma outra, para uma professora e mais outra, essa desconhecida. 
Pessoas com diferentes percepções culturais.
Caminho duro das pedras. Inevitáveis tropeços e desconfianças. 
Por fim, encaminhei para uma editora. E seja o que d’us quiser.

São 30 narrativas ficcionais, que  alinhavam cenários nossos bem conhecidos, pequenos lugarejos com as mesmas intrigas de cidades grandes. A diferença é que nos pequenos todos se conhecem, todos sabem da vida de todo mundo e onde, se é difícil manter a individualidade, pior ainda guardar confidências.

Escrever é um exercício para tuaregues. 
Uma coisa solitariamente desértica.  
É  inventariar a voz interna, essa alucinada que percorre os campos dos devaneios. Essa sonâmbula das letras. Mas, acordando não é que perde a magia?

Acredito que escrevinhadores e escritores liberam através da escrita uma intimidade com lugares e pessoas que sequer imaginavam figurar dentro de si.

O escritor Jose Castello, também crítico do jornal O Globo, pergunta se fazer ficção é mentir ou é lutar por uma aproximação da verdade?
Não sei realmente e não ouso pensar nas conseqüências da leitura dos futuros leitores de meus contos. 
Mas juro que escritor não tem culpa por sua imaginação. Qualquer psicanalista assina embaixo. Nem que ela seja transgressora. Se trancar dentro de si é bem capaz de virgular doença.
Liberados os surtos da imaginação, o alívio. 
Nunca mais pensar no médico morfineiro, na professora que ensina a beijar, na fofoqueira da praça, nas cucas que queimaram nos fornos da absolvição.
Depois de livre das extravagâncias e devaneios internos, o escritor consegue, finalmente, dormir tranqüilo até que o próximo assombro lhe desperte em plena madrugada. 
E foi o que me aconteceu.
 
Agora já ando dormindo melhor: 
dia 8 de agosto estarei em Tamanduá, distrito de Marques de Souza, ás 18h, lançando meu livro “Intrigas da Colônia”, logo após a apresentação do espetáculo litero-teatral “Exercícios de Solidão” na Igreja da IECLB, a convite do colega  Alício de Assunção e da Escola Estadual Henrique Geiss que prometem tocar o projeto Circuito Cultural na comunidade.

Dia 11 participo da Bienal do Livro, em São Paulo.
Dia 21, terça-feira, estarei lançando o livro no SESC de Lajeado.
Dia 5 de setembro, na Feira do Livro de Arroio do Meio.
Dia 12, em Estrela, na Cafeteria Café com Prosa.

* Eu falei que dormia melhor agora? Imaginação...

3 comentários:

Álvaro Santi disse...

Mas bá, que bela agenda, começa em Tamanduá e termina em São Paulo! Isso que é globalização. Parabéns pelo lançamento e sucesso.

aga disse...

quanta coisa legal pelo caminho ... boa viagem !

Marisa disse...

Vais lançar teu livro na Feira do Livro de Lajeado?Preeciiso le-lo! Deve ser muito bom.