LADRÃO PÉ DE CHINELO?

Rua Alberto Torres, calçada do Colégio Alberto Torres. Meio dia e dez.
Empresária de Lajeado é assaltada.

Ladrão de família reconhecidamente assaltante e traficante nessa cidade.

Embate corporal até que, um pai e filho passando pelo local, entram em ação e dominam o ladrão.
Populares se aproximam.
Com o ladrão imobilizado os contribuintes passam a chutar e a verbalizar sua indignação:

- Vagabundo! Vai trabalhar em vez de assaltar bolsa de mulher. Desgraçado! – e dê-lhe chute nas canelas do homem de quase 1.80, 21 anos, branco.

A Brigada Militar é acionada.
Algemam o ladrão que os contribuintes prenderam pondo em risco suas próprias vidas.

Mil telefonemas para a Brigada.
Contribuintes que passavam disseram-se indignados com o tratamento dado ao marginal chutado. Invocaram os Direitos Humanos.

Perdi essa. Perdi a oportunidade de descarregar toda minha raiva contra o ladrão.
Por outro lado, ainda bem...
Poderia ser presa também por desacato ao transferir minha raiva para a Brigada Militar.

Onde andam os soldados dessa cidade?
Onde anda nossa segurança?
Raiva.

A empresária se safou. O pai e o filho que imobilizaram o ladrão fazem aula de luta marcial. O pai do ladrão foi até a delegacia e pediu arrego para o filhinho...
E ainda tem contribuinte que clama por Direitos Humanos?
Sifu.