Ruim é a censura da família.
Mas, pior, muito pior, é a auto-censura.
Quando a gente começa a medir as palavras.
A morder a língua.
A fechar os olhos.
Ignorar emails.
Desligar o telefone.
Auto-censura é foda.
Tá na Constituição Federal:
“É livre a manifestação de pensamento, cada um responderá pelo excesso que cometer”.
“É livre a manifestação de pensamento, cada um responderá pelo excesso que cometer”.
Mas, o que é excesso?
O que significa, exatamente, liberdade?
Existe meia liberdade? Meia grávidez? Meio gay?
Pode existir meia liberdade de imprensa?
Não foi Voltaire quem disse:
"Não concordo com uma só palavra do que dizes,
mas defenderei até a morte o teu direito de dize-la"?
De repente, a auto-censura, feito um abutre sobre o espírito agonizante,
aguarda silenciosa o momento do flagelo.