sábado, 30 de agosto de 2008

Sirenes internas

A censura é uma merda.
Ruim é a censura da família.

Mas, pior, muito pior, é a auto-censura.

Quando a gente começa a medir as palavras.
A morder a língua.
A fechar os olhos.
Ignorar emails.
Desligar o telefone.

Auto-censura é foda.

Tá na Constituição Federal:
“É livre a manifestação de pensamento, cada um responderá pelo excesso que cometer”.

Mas, o que é excesso?

O que significa, exatamente, liberdade?

Existe meia liberdade? Meia grávidez? Meio gay?

Pode existir meia liberdade de imprensa?

Não foi Voltaire quem disse:

"Não concordo com uma só palavra do que dizes,

mas defenderei até a morte o teu direito de dize-la"?

De repente, a auto-censura, feito um abutre sobre o espírito agonizante,

aguarda silenciosa o momento do flagelo.