Felicidade é uma lista de negações.
Não ter câncer, não ler jornal, não sofrer pelas desgraças, não olhar os meninos malabaristas no sinal, não ter coração.
O mundo está tão sujo e terrível que a proposta que se esconde sob a ideia de felicidade é ser um clone de si mesmo, um androide sem sentimentos.
A ideia de felicidade é ser desejado.
Felicidade é ser consumido, é entrar num circuito comercial de sorrisos e festas e virar um objeto de consumo.
Não consigo me enquadrar nos rituais de prazer que vejo nas revistas.
Posso ter uma crise de depressão em meio a uma orgia, não tenho o dom da gargalhada infinita, posso broxar no auge de uma bacanal.
Fui educado por jesuítas, para quem o sorriso era quase um pecado, a gargalhada um insulto.”
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