Quando observo os casarios da minha cidade e da cidade dos outros em nossa região, penso que ainda sobrevivem, estão de pé, por pura sorte, alguns.
Por insistência e valentia, poucos.
Uma fúria ignorante e avassaladora dos governantes e construtores deita por terra a história da cidade, arrasando sua identidade cultural e impelindo à destruição nós próprios.
Retórica?
Não.
É ganância pura e interesses traiçoeiros dos que se dizem autoridades na cidade: o aniquilamento do passado. Afinal, quem se importa com o passado?
A Europa se reergue dos escombros de suas guerras, reconstrói tudo, preserva, conserva e recebe milhares de turistas todos os dias. E tudo é fotografado assombrosamente: prédios, pontes, ruas com calçamentos antigos, monumentos, hospitais, casarios, escolas, templos, muralhas e muros, ruínas.
E nós?
Destruímos e edificamos prédios e condomínios de arquitetura de péssimo gosto, para logo em seguida, nas salas refrigeradas discutir ações para atrair turistas para a região.
Claro, mas o patrimônio arquitetônico privado depende de incentivos fiscais para que atravessem os séculos, preservados, íntegros.
Mas ninguém se coça.
A palavra de ordem?
Restaurar para revitalizar ruas e bairros, sendo as prefeituras responsáveis pela cultura historiográfica de nossas cidades. Deveriam sentar com os proprietários, dialogar e pautar ações de preservação em conjunto.
Como queremos ser vistos?
Será que as futuras gerações vão nos cobrar um passado?
E se cobrarem que respostas teremos em defesa do patrimônio cultural da cidade?
E saibam que a alma de um povo se traduz por sacadas e assoalhos antigos, portas e venezianas misteriosas, escadas e sótãos obscuros.
Fora isso, cidades estéreis de humanidade mais estéril ainda.
Um comentário:
PRESERVACAO, JA!
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