terça-feira, 18 de agosto de 2009

CENTENÁRIO DE TRISTEZAS

Cem anos da morte de Euclydes da Cunha, no dia 15 de agosto – alguns se lembraram. Autor de “Os Sertões”, publicado em alemão, chinês, francês, inglês, dinamarquês, espanhol, holandês, italiano e sueco. Passou batido...

Quem se interessa? Quem leu?
Afeita a biografias, li a de Anna de Assis, ex-mulher do escritor, um cara que vivia viajando por conta da sua profissão, engenheiro, e por conta de seu interesse pelo interior de um país que vivia os primórdios da república. É quando também escreve sobre a Amazônia, “Um Paraiso Perdido”, história que não conseguiu finalizar e cujos originais nunca foram localizados.

Beirando a crise dos 15 anos de casamento – hipótese pessoal – Anna, no auge dos seus 30, conhece o cadete gaúcho Dilermando de Assis, um garotão de apenas 17. Quando Euclides retorna da selva amazônica, podre de malária, onde participa da construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré, encontra a esposa grávida do amante.

O bebê morre sete dias depois do nascimento, enquanto o marido toma posse na Academia Brasileira de Letras.

O fim da história nunca bem contada e nem aceita por juristas, muitos sabem por acompanhar uma minissérie da Globo: Euclydes da Cunha tenta vingar sua honra mas acaba morto por Dilermando com um trintoitão em plena hora do café.
Anos depois, o filho de Euclides, Quindinho, 19 anos, tentaria novamente honrar o pai, mas novamente é aniquilado pelo militar.

Em ambos crimes, Dilermando, maçom, é absolvido por legítima defesa, a despeito do clamor público.

E Anna de Assis? Essa só se ferrou. O segundo marido também só viajava pelo interior deixando-a sozinha com cinco filhos para criar.

Deu no que deu, acabaram se separando quando Anna virou uma ‘chata’ de 50 anos...
Ambos morreram em 1951: ele, como general aos 63 anos, de ataque cardíaco; ela, com 79 anos, de câncer, como eterna adúltera, conforme a sociedade e a imprensa da época.


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