segunda-feira, 24 de agosto de 2009

GUERRA POR TERRA

O assassinato do Sem Terra Elton Brum em São Gabriel e suas consequências políticas
Por Bruno Lima Rocha


São Gabriel, por volta de 10 horas da manhã.
Fazenda Southall, um complexo latifundiário totalizando 14.000 hectares, alvo de disputa entre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o ex-proprietário, Alfredo Southall.
O cenário é o de batalha campal à vista.
São 230 brigadianos de distintas unidades contra cerca de 270 colonos ocupantes, a metade deles mulheres e crianças.

Eltom Brum da Silva era um agricultor do interior de Canguçu e que peleava por um pedaço de terra. Sua morte foi com chumbo e pelas costas. Os balins da escopeta calibre 12 que assassinaram Eltom deram um exemplo de como o aparato repressivo recorda suas origens e funções quando o tema é a propriedade.
(...)
A tarde de sexta-feira (21) culminou com a morte do agricultor sem terra Elton Brum da Silva em uma ação da Brigada Militar do Rio Grande do Sul durante a desocupação de uma área no município de São Gabriel.
Fotos mostram que o agricultor foi atingido por uma arma calibre 12.
A suspeita recai sobre o comandante do 2º RPMon de Livramento, Ten. Coronel Flávio da Silva Lopes, que respondeu com o tiro a uma agressão verbal do agricultor.
(...)
Quando um governo é acusado de corrupção e se vê na berlinda, em geral não se dá o luxo de reprimir quem está organizado.

Ferimentos à bala que mataram pelas costas o sem terra Elton Brum da Silva.

(...)
Entendo que o assassinato do colono sem terra Eltom Brum da Silva, ocorrido no dia 21 de agosto de 2009, na cidade de São Gabriel, fronteira oeste, obriga as forças vivas da esquerda gaúcha a se colocarem de prontidão. Tudo indica ter sido o ato premeditado, uma ação de força do aparelho repressivo do governo gaúcho abalado pelas denúncias de corrupção.

* Bruno Lima Rocha, cientista político com doutorado e mestrado pela UFRGS, jornalista formado na UFRJ; docente de comunicação e pesquisador 1 da Unisinos; membro do Grupo Cepos e editor do portar Estratégia & Análise. (Artigo publicado originalmente no IHU-On Line)

Para saber mais: http://www.mst.org.br/node/7980

17 de agosto de 2009
* "As famílias Sem Terra que ocupam a Fazenda Southall, em São Gabriel, no Rio Grande do Sul (RS), iniciaram o plantio na área no domingo (16/8). Foram semeados verduras e legumes para a alimentação das famílias. Os Sem Terra também plantaram árvores nativas.

* "Nesta segunda-feira, mais famílias acampadas chegam ao local, a fim de expandir a ocupação para demais áreas da fazenda. Cerca de 700 pessoas estão na Southall desde a quarta-feira (12/8), quando o MST ocupou a fazenda."

12 comentários:

Anônimo disse...

Acho que a bala tenque come mesmo..
isso é uma baderna...
de colonos, chiii taLVES 10%

ESTÃOS E CIRANDO....
E DOMINANDO
OQUE ELES FAZEM????????????PODE????????

Anônimo disse...

SEM TERRA??? PELO AMOR DE DEUS!!! SÓ VAGABUNDO.QUE É ISSO? FAZ LEVANTAMENTO E VAUM VÊ QUANTOS DESSES LAKAIOS GANHAM BOLSA-FAMILIA.CHEGA DE PALHAÇADA.E SABEM QUEM GARANTE DINHEIRO PRA ELES?PEDE PRA PETEZADA. ELES SABEM MUITO BEM.TAH NA HORA DE ACABAR COM ESSES ARRUACEIROS.

Danton K disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

hoje, a maioria das pessoas é contra os sem terra, e quem não é?
muitos do grupo são um bando de baderneiros que em grande parte não querem terra pra plantar... o problema é que mesmo sendo contra, eles tem que existir.. qual outra forma possivel de ver uma distribuição de terra se nao pela invasão? onde pode haver justiça quando uns concentram milhares de hectares e outros apenas milhares de foices? nunca conseguiremos chegar em algum lugar sem esses grupos que odiamos, dispostos a violar propriedades e fazer baderna, precisamos deles, de arruaceiros, baderneiros, desordeiros, que invadam o congresso, que invadam o piratini e a camara de veradores, que quebrem tudo...infelizmente só assim é que vamos evoluir! é por isso que apesar de odiarmos devemos suportar esses desordeiros.

Danton K disse...

Não é cova grande, é cova medida, é a terra que querias ver dividida (João Cabral de Melo Neto)

Anônimo disse...

O nivel dos Comentários esta altissimo. Quando, com responsabilidade, vamos discutir a questão agraria, sem preconceitos e sem cores partidárias. Eu tenho "pena" dessa gente que fica, as vezes, anos em baixo de uma lona preta. Odiar o ser humano é cruel de mais para qualquer pessoa, devemos é tentar entender as causas que levaram esses homens e mulheres a essa situação. Mas isso, talvez seja pedir demais para certas pessoas. Parabéns Laura por abordar tão importante tema, é uma pena que teus leitores não tenham capacidade de fazer uma boa discussão. Abraços, Alexandre Luiz

Anônimo disse...

eu tenho pena é dos leitores que tiram conclusoes erradas dos comentarios. o problema da ironia, é quando o leitor não consegue compreende-la, aí quem passa por burro é o interlocutor.. mas isso não interessa.. pelo menos se nem todos tem terra, hoje qualquer anencéfalo tem um espaço na internet! viva a reforma agraria virtual (ja garanti meu lote no google earth)

Laura Peixoto disse...

Na 5ªf passada, a mídia divulgou a 1ª desapropriação de terras por crime ambiental: fazenda Nova Alegria, em Felisburgo no Vale do Jequitinhonha. Era uma antiga reivindicação do MST. Talvez com isso os proprietários de terras passem a respeitar mais as leis de preservação... Li tb que em 2004, na mesma área, 5 pessoas morreram e 13 ficaram feridas por mando do fazendeiro Adriano Chafick e seus pistoleiros. Quem critica nunca passou fome, nem frio, tão pouco necessidade. Alguns assentamentos deram muito certo pq tiveram apoio técnico. Em outros, a miseribilidade é uma afronta e o fosso político que engole tudo, principalmente a grana,só aumenta.
Como ainda ousam falar Brasil, um país de futuro?

Mariá disse...

Gostaria que a Laura identificasse qual assentamento deu certo. Estou curiosa. Agora vão aumentar o nível de produtividade nas terras cultivadas para achar mais áreas para esta gente que nunca foi agricultor. O engraçado é que não existe índice de produtividade para quem recebe a terra. E tenho que ler o crítico acima falar em seriedade. Deves mesmo é ficar com teu lote virtual e plantar BIOS.

Anônimo disse...

Um exemplo de Assentamento Agrario que deu certo é o do BANHADO DO COLÉGIO em Camaquã. Abraços Alexandre "anencéfalo" Luiz

Mariá disse...

ops, Alexandre Luiz, como sempre vocês, administram o tempo da forma que convém. Este assentamento não tem nada a ver com este Governo. Nem com a cachorrada que infesta o MST. O Banhado do Colégio, cresceu tanto que até tem uma vila. Eu o conheço muito bem. Trata-se do primeiro assentamento que resistiu até o mau olhado dos militares. Portanto começou com o Jango. É realmente uma das terras mais produtivas do Brasil, pois está sob um banhado que foi represado pela Barragem do Arroio do Duro e a terra esta cheia de humus natural. Agora, confundir este assentamento com os que estão fazendo por aí, com este governo é brincadeira. Ontem passei por aquele da BR 386, ao lado do posto Estrela. Tavam queimando lixo e grama seca. Acho que vão fazer uma campinho para jogar uma peladinha. Havia também alguns tratores e canos para canalizar alguma coisa, mas nada que indicasse plantação.

Anônimo disse...

Mariá: Quanta força na defesa de tuas Verdades. Parabéns. No meu Caso só queria ajudar.... Acho que o "BANHADO" começou com o "velho" Leonel, não foi????
Abraços,
Alexandre
"anencéfalo" Luiz