CASTELINHO

“O Colégio Castelo Branco de Lajeado fez 45 anos. Sei porque li no A Hora, da quarta-feira passada. (...)

Numa cobertura do jornalismo, há cerca de três anos, numa tarde, voltei ao Castelinho. Gostei de rever o pátio, os arcos, os corredores e escadarias. Por ali passaram dezenas de lembranças e experiências. O ambiente sempre me sinalizou um espírito liberto de humanidade. A arquitetura do prédio, a praça, a proximidade do rio, me fez ver um universo de diversidade.

Mas uma escola não é um prédio.
Uma escola é a mística que alunos e professores constroem tecendo realidades e sonhos.

Amarelo e cinza juntas são cores que até hoje a mim são simpáticas, pois elas me remetem para lembranças positivas. Nelas passam rostos, fatos e posturas cujos nomes de seus autores não lembro, mas foram definitivas. Uma feira de ciências, uma festa de São João, uma hora cívica, uma aula de esportes produziram também conhecimento, cidadania e esperanças.

Hoje são 2.030 alunos e 134 professores, agrupamento de pessoas que se equivalem ao número de eleitores de algumas pequenas cidades da região.

Quando passo por lá, pela frente do prédio, nas saídas das aulas, quando vejo aquela população circulando pelos portões, percebo a fecundidade da vida. Fico me perguntando onde aquela gente alegre e agitada vai trabalhar no futuro. Quem será aviador? Quem vai ser policial? Quem voltará à sala, na condição de professor, dando continuidade à construção de novas pontes para o conhecimento? Que esperanças levam, que sonhos trazem consigo?

O Castelinho é parte da história desta cidade e da região. Ter passado por aquele educandário me fez melhor e me fez feliz, pois aprendi e sonhei. Sonhos que molham os olhos, pois me fazem lembrar de um sorriso, de uma menina de cabelos curtos e negros, que nunca mais vi. Ou melhor, vejo sempre, toda vez que passo pela frente do prédio. É que o Castelinho é como uma tatuagem, cujas marcas se desenham na alma, e que ninguém mais tira da gente.”

Mazzarino
Jornal A Hora de hj