Uma
casa dos anos 1960, cheia de personalidade, subitamente dá lugar a um espigão.
Você já viu esse filme várias vezes, inclusive acontecendo na sua rua. (...)
Mas esse crescimento se dá de forma tão
desordenada que acaba por criar uma sensação de desconforto, instabilidade e,
por que não, de constante insegurança.
Não se trata somente de já não encontrar
os lugares da infância quando você fica um pouco mais velho, tendo daí a
impressão de que um pedaço de sua história foi carregada e descartada pelo vaivém
de uma retroescavadeira; trata-se de observar, impotente, uma cidade hostil
crescendo diante dos seus olhos.
E uma fração considerável dessa hostilidade,
ouso dizer, nasce com os novos empreendimentos. (...)
Por último, torres residenciais de 18 andares
não contribuem para a paisagem da cidade simplesmente porque são feias. Beleza
é um conceito muito subjetivo e pessoal, sem dúvida." Carol Bensimon, escritora
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