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A Capital cresceu como suíno em engorde – muita graxa e pouca graça. Em anos, o que será do trânsito e do transporte? Tempos atrás, nos orgulhávamos das “grandes obras” municipais que a propaganda apresentava como “a cidade rumo ao futuro e em progresso”.
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A população urbana cresce. Já não nos basta a atual cidade vertical, em que as casas baixas desaparecem. Agora, os vereadores decidiram aumentar em 10 metros a altura máxima dos edifícios no “macrocentro” (que vai do Menino Deus a Petrópolis e Moinhos de Vento), contrariando a moderna concepção de que a cidade não deve ser uma soma de sucessivos mausoléus para abrigar pessoas vivas.
Esquecidos de que a cidade deve ser uma comunidade, não um aglomerado disforme, os vereadores acabaram deturpando a ideia do próprio prefeito da Capital, que, num projeto já em si cauteloso, reduzia de 52 para 42 metros a altura máxima junto às avenidas, para cair ainda mais nos próprios bairros.
Flavio Tavares
* Obrigada, colega: terminei a leitura suspirando, mas de alma lavada. A crônica de domingo na ZH serve direitinho para a progressista cidade de Lajeado.
A população urbana cresce. Já não nos basta a atual cidade vertical, em que as casas baixas desaparecem. Agora, os vereadores decidiram aumentar em 10 metros a altura máxima dos edifícios no “macrocentro” (que vai do Menino Deus a Petrópolis e Moinhos de Vento), contrariando a moderna concepção de que a cidade não deve ser uma soma de sucessivos mausoléus para abrigar pessoas vivas.
Esquecidos de que a cidade deve ser uma comunidade, não um aglomerado disforme, os vereadores acabaram deturpando a ideia do próprio prefeito da Capital, que, num projeto já em si cauteloso, reduzia de 52 para 42 metros a altura máxima junto às avenidas, para cair ainda mais nos próprios bairros.
De que adianta alertar sobre a qualidade do ar e defender o meio ambiente urbano, se inventamos neologismos falsos, como o tal “solo criado”, para tentar justificar a cidade vertical, que tapa o azul do céu e, à noite, esconde as constelações?
Em 20 ou 30 anos, os nascidos neste momento serão adultos na cidade que nós lhes deixaremos como herança.No convívio da cidade é que se desenvolve a vida.
Cabe-nos decidir, em conjunto, se queremos aprisionar nossos filhos e netos em imensos prédios verticais – com ar artificial, grama sintética e “caminhadas” em esteira rolante – ou deixá-los à vontade numa cidade com verde, parques, jardins e um rio de verdade.”
Flavio Tavares
jornalista e escritor
* Obrigada, colega: terminei a leitura suspirando, mas de alma lavada. A crônica de domingo na ZH serve direitinho para a progressista cidade de Lajeado.
Licht, mehr Licht!, como dizia Goethe - para as autoridades medíocres dessa cidade.
2 comentários:
O Flávio Tavares é um dos caras mais inteligentes que conheço!Saudades do tempo em que o Ed.Lincoln reinava sozinho na Julio de Castilhos.Puxa!Será que era Lincoln mesmo?Deve ser o alemão Alzeimer denovo!
o ft, pela vida e pela obra, acho que não aprendeu as lições do irmão antônio luiz.
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