"A rua Paulo Born, me remete a lembranças inesquecíveis
de um amigo de infância e adolescência.
Certa vez o Renato e seus Blue Caps se apresentaram
na Sociedade Ginástica de Estrela.
Era uma noite chuvosa. A 386 ainda não era asfaltada.
Era uma noite chuvosa. A 386 ainda não era asfaltada.
Puro barro vermelho.
Saimos de Lajeado num Ford Prefect, preto,
dirigido pelo Ageu Kerhwald.
Junto estava o Érico Montovani.
Junto estava o Érico Montovani.
Todos engomadinhos em ternos de quatro botões,
gola redonda e sem lapela.
Calças com bainha virada prá fora, italiana,
Calças com bainha virada prá fora, italiana,
verdadeiro coletor de poeira e cinzas de cigarro.
Como nos carros de hoje, o motor era na frente,
mas a tração era traseira,
e naquele barro o carro ficava parado, patinando,
a tal ponto que não subia o acesso do trevo de Estrela.
Sentado atrás, com seu original cacoete,
que era girar frenéticamente com os dedos de um lado para o outro,
um pedacinho de palha de vassoura
um pedacinho de palha de vassoura
em forma de uma hélice, Paulinho Born disse:
"Quem sabe imitamos um fusca,
subindo no parachoque traseiro,
simulando o peso do motor?"
Não deu outra, vencemos o barro, e lá fomos nós,
graças ao Paulinho, curtir uma noite inesquecível."
Roberto Ruschel
Um comentário:
Roberto,que bacana,teu texto me fez recordar dessa figura que era Paulinho,parecia que eu estava vendo ele com a palhinha nos dedos.
Eu não lembrava mais deste cacoete dele.Parabéns pelo texto.
SUSI
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