sexta-feira, 22 de julho de 2011

O DESESPERO EM DADAAB: O MAIOR CAMPO DE REFUGIADOS DO MUNDO

Talvez vocês já tenham ouvido falar antes...
Antes que a mídia do mundo inteiro mirasse suas lentes e microfones para Dadaab, um  campo de refugiados de 50 km² no Quênia, a 100 km da Somália.
Tinha capacidade para receber 90 mil refugiados.
Tinha.

Conforme os Médicos sem Fronteiras  esse número deve chegar a 450 mil até o final do ano.

“Perdidos no deserto da província do nordeste do Quênia, cercado por quilômetros e quilômetros de areia e arbustos raquíticos, 30.000 pessoas estão vivendo em abrigos improvisados ​​debaixo de um sol ardente e cercado por quilômetros e quilômetros de areia e arbustos raquíticos.” – no site do MSF que está recebendo um grande número de pacientes com infecções respiratória, diarréia, tuberculose, desnutrição e trauma, e um número crescente de casos complicados.

Melissa Fleming, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) alerta:  
"A seca, agravado pela violência dominante na parte sul e central do país, está se tornando uma das piores crises humanitárias do mundo e pode se esperar uma tragédia humana de inimagináveis proporções."


Os africanos fogem não só da brutal guerra civil no sul da Somália mas da seca infernal que já dura dois anos, e com isso uma alta no preço dos alimentos impressionante.

Como o  mundo capitalista desse planeta se omitiu?

Osman Barre, um dos organizadores de uma comissão não-oficial de boas-vindas, chegou ao campo de  Dadaab  em 1992, quando ele era ainda um bebê; “Em Dadaab o povo recebe cuidados de saúde e  as crianças  vão à escola. O campo de refugiados se tornou como uma pequena aldeia. Há  lojas que vendem telefones celulares, restaurantes e hotéis.” – se assim pode se dizer. 



O que está chamando a atenção mundial é a chegada de cerca de 1.200 pessoas por dia, com sede e fome.  Chegam  e logo vão criando abrigos temporários como cabanas de lonas e sacos descartados e marcado com o logo de várias agências das Nações Unidas...
  

Mesmo vivendo em condições desumanas em Dadaab, os refugiados dizem que são mais felizes no campo porque pelo menos ali podem encontrar algum alimentos e rações para sobreviver.  Mas pode-se imaginar as condições de higiene e sanitária sob um sol de 50º, poeira asfixiante e as hienas, também famintas, de prontidão.

Andrew Wander de Save the Children:
''A menos que chegue ajuda humanitária para esta parte do mundo, a menos que possamos expandir nossas operações para atender a necessidade crescente, esta crise pode se transformar em uma catástrofe e é isso que nós temos que parar."

Os Estados Unidos prometeram US $ 5 milhões para ajuda aos refugiados na Somália, além dos US$ 63 milhões no orçamento, de acordo com a Associated Press.





A organização Médicos Sem Fronteiras oferece assistência médica no Quênia desde 1992, e trabalha nos campos de Dadaab  há 14 anos. Desde 2009, MSF tem sido o único fornecedor de serviços médicos no acampamento Dagahaley, proporcionando cuidados de saúde para o acampamento de 113 mil residentes, cinco postos de saúde e um hospital de 170 leitos gerais.

E ainda tem gente que fala em Deus.
Em misericórdia.
Mundo, vasta mundo, mundo ingrato.
Mundo infeliz.

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