sábado, 14 de abril de 2012

ESTADO DE RISCO


Será que entendi bem?
Li que o  “Movimento das Donas de Casa do RS” solicitou aos supermercados gaúchos (Agas) que não encerrem a distribuição de sacolas plásticas?
Não falem por mim, por favor!

Em São Paulo é lei. Estimam-se sete bilhões a menos de sacolas plásticas no estado.
Também comemoro sem receio de me taxarem de ecochata.
Esse é um assunto de interesse de todos. 
Todos aqueles que desejam um mundo menos grotesco. Menos poluído. 
E você? Já visitou um lixão ou aterro sanitário? 
É uma imagem degradantemente inesquecível: uma montanha fedida de sacolas plásticas com duração de vida de 200 anos. Ou séculos a mais.

Este é um assunto de interesse de todos aqueles que desejam um mundo menos grotescamente poluído. Como pode as donas de casas gaúchas ser do contra?

Claro que existem outros plásticos e a coisa não vai mudar de uma hora para outra.
Mas é uma questão de consciência mesmo. De herança para os bisnetos. 
Tenho certeza de que um pouco menos de plástico no planeta deve fazer a diferença. 
E alguém precisa dar o primeiro passo. 
Por que não pode começar por vocês, criaturas?
Ah, os supermercados não vão descontar centavo algum pelo fato de não comprarem mais sacolas? Sim, não vão repassar esse custo para as gôndolas, infelizmente.  
 Mas, já falam em “sopa plástica” nos oceanos do planeta. Coisa de 15 milhões de quilômetros quadrados. E quer imagem mais triste do que ver uma tartaruga sufocada por uma sacola plástica?
Vídeos abundam na internet. Um narrado pelo ator Jeremy Irons, faz sucesso: The Magestic Plastic – Mockumentary.
Bem bacana. Deveria obrigatório passar nas escolas de donas de casa.

ENVOLVA-SE
Em vários países a proibição das sacolinhas plásticas não biodegradáveis está em curso.
Quer usar? Pague. Hoje, na Irlanda é assim. Já pensou pagar cinqüenta centavos a cada uma que a gente precisar? A Itália também proibiu e essa atitude preservadora é cada vez mais tendência na Europa.

Anos atrás, um frio de rachar em Paris, eu no mercadinho do bairro fui obrigada a despir o casacão e improvisar uma sacola. Nunca mais esqueci a minha em casa. 
É bem isso: a dor ensina a gemer. 
E em vários países europeus há multas para supermercados que distribuírem sacolas plásticas gratuitamente. 
Quando bate diretamente na conta bancaria dos empresários, todos gemem em conjunto.
photo by Camila dal Pian
46 mil toneladas de lixo por dia em Lajeado 

E O VALE DO TAQUARI?
Eu não vejo a hora de proibirem o uso na minha cidade. E na sua.
Não sou ligada em moda, mas assumo que tenho várias sacolas de tecido. Uma bem charmosa que comprei em um museu de arte. Quando vou ao mercado tento sempre lembrar de levar junto.
Agora ganhei de minha mãe uma sacola grande e resistente, de naylon. Bem dobradinha ocupa o espaço de um maço de cigarros. Trago sempre dentro da bolsa para não esquecer. Acho um luxo e faço de conta que sou cidadã de primeiro mundo. 
Só falta voltar para casa de bicicleta. Ainda chego lá.
Por favor, donas, repensem o futuro.
Nosso mundinho agradece.

 * Minha crônica jornais Opinião, de Encantado e A Hora, Lajeado.

7 comentários:

Bernildo disse...

Mas não nos esqueçamos de reciclar os materiais, principalmente as garrafas PET. Não custa nada separar o material e a coleta funciona bem por aqui. Vamos lá gente, façam a sua parte.

Anônimo disse...

Sobre sacolas plásticas:
Não que eu defenda seu uso, mas pergunto:
Vamos começar a derrubar mais árvores para fabricar mais saquinhos de papel ou caixas de papelão?
As sacolas de pano ou algo parecido, alguém já fez o exame numa delas, para ver a quantida astronômica de bactérias que tem ali?
E o cheiro de podridão destas sacolas retornáveis?
Vamos olhar por outro lado: Por que não lutar para acabar com as garrafas pet?
Estas sim, estão poluindo de forma astronômica o planeta.
Por que não usar mais as garrafas de vidro, que eram lavadas e estirilizadas antes de ser reutilizadas?
Sacolas poluem?
Poluem.
Mas acho que deveria ser feito como a Cooperativa Languiru, cujo supermercado fornece sacolas plaásticas biodegradáveis, que duram muito pouco na natureza.
Um abraço
Luiz Carlos Freitag - Luca

Anônimo disse, disse...

Inegável a contribuição do blog para ampliar o debate sobre o assunto. Lamentável que não se veja quem tem poder de decisão envolver-se no assunto. Me refiro aos poderes públicos municipais, à Secretaria Municipal do Meio Ambiente e aos vereadores.
Nesta mesma época aparecem as idéias rídiculas de reduzirem o debate público reduzindo o número de vereadores, intencionalmente para reduzir a participação dos cidadãos no seu próprio futuro.
Só defende uma idéia como esta, a de redução do número de edis, quem não tem comprometimento com as futuras gerações. E mais, à SEMA parece limita-se a distribuição de sacolas retornáveis, como se fossa a única forma de envolvimento e conscientização. Às vezes tenho a impressão que vivemos no País da Maravilhas, onde as questões de ambientais não pertencem à província de Lajeado e, que para resolver os demais problemas econômicos e sociais, basta eleger um bom "administrador" que não seja muito ladrão.

Anônimo disse...

Quem não conhece os programas de Educação Ambiental em Lajeado é porque nunca teve interesse em saber como funciona. É fácil acreditar que tudo precise ser diferente, mas ser mal informado também é problema.

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Laura tens certeza de que são 46.000 toneladas de lixo ao dia aí?

Anônimo disse, disse...

Fica difícil conhecer alguma coisa quando elas não existem!

Anônimo disse...

Um detalhe: as montanhas de sacos plásticos não desaparecerão dos lixões. Antes de ser recolhido, o lixo necessariamente deve ser acondicionado em sacos plásticos.

Outro: porque não há uma campanha para a extinção de embalagens plásticas dos chamados "produtos individuais"?. Hoje, as pessoas acham o máximo levar para o trabalho duas bolachinhas que vem de fábrica embaladas em plástico para garantir sua "satisfação individual"... E as "bolachinhas" são apenas um exemplo da quantidade de "produtos individuais" que o mercado oferece.