quarta-feira, 25 de abril de 2012

SANTIAGO, O VERDADEIRO PENSADOR




Mais uma polêmica gaúcha: o cachê de R$ 170 mil que seria pago pela prefeitura de Bento Gonçalves para que o músico e escritor Gabriel, o Pensador participasse da Feira do Livro da cidade, que ocorre de 9 a 20 de maio na Praça Centenário, com o tema "Literatura e Cinema".
O artista tem três livros publicados, e deixou claro que o valor que receberia não estava só atrelado ao fato de ser o patrono do evento.
O dinheiro seria usado para comprar duas mil unidades das duas primeiras obras do autor – Diário Noturno e Um Garoto Chamado Rorbeto – e ainda bancaria um show ao ar livre no encerramento da Feira, com entrada franca para toda a população.

Os escritores gaúchos protestaram. E tudo desandou. 
O escritor Carpinejar cancelou sua participação na Feira. A crônica de  Martha Medeiros na Zero Hora de hoje defende a liberdade de cada um estipular seu cachê. 

Juremir  Machado da Silva questiona no Correio do Povo:
“Bento Gonçalves prometeu R$ 1 mil para cada autor gaúcho. E R$ 170 mil para Gabriel. Gabriel vale 170 vezes mais do que qualquer gaúcho convidado?  Aqui: http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=2555

No site da Associação Gaúcha de Escritores, a crítica da diretoria:
 “Quem dera as feiras se preocupassem em formar leitores, quem dera verbas públicas remunerassem escritores, mas também abastecessem as bibliotecas municipais, escolares e familiares com livros.
Só assim estaríamos formando uma geração mais leitora.
Todavia, criar cidadãos-leitores não fará com que todos vibrem, cantem e dancem.
A literatura não é tão bombástica; é mais silenciosa, menos espetacular.”


* Conclusões com os leitores.

5 comentários:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Por haver comprado livros para escolas municipais por cerca de 160 mil reais sem o devido processo licitatório o Prefeito de Imaruí, SC, foi condenado em processo crime por improbidade. Esse de Bento precisa levar ferro para aprender a pautar sua conduta pela honestidade no gasto do dinheiro do contribuinte. Postei essa notícia no meu blog – www.praiadexangrila.com.br

Anônimo disse...

O engraçado é que os próprios escritores não se valorizam. O Carpinejar só passou a achar o cachê dele (R$ 1.000,00) baixo depois de saber do cachê do Gabriel. Na verdade ele não deveria nem ter aceitado participar porque quem paga cachê de R$ 1.000,00 não está realmente interessado em literatura. As feiras de livro e festas literárias gastam muito dinheiro em sua organização. Os escritores não deveriam aceitar participar por R$ 1.000,00. Isto é o que ganha um garçom destes eventos (se não ganhar mais...).

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Verdade. Eu não saio de casa por tão pouco diheiro. Não sou rico. Longe disto. Só falo de graça em escolas, pois deposito minhas últimas esperanças nas geraçãoes que estão chegando e nem mesmo preciso dizer a razão.

Anônimo disse...

Por outro lado a atitude do Carpinejar em protestar contra o cachet do Pensador , abriu uma lacuna para que se pense em fazer eventos voltados apenas para a literatura e incentivo do que transformar o que seria lúdico em mais uma franquia de shows e eventos paraleos que acabam por descaracterizar ainda mais essas feiras e dar um boa brecada nos custos de livros no país..170 mil prá um autor porque ele é celebridade não é justificativa para pagar só mil aos outros menos famosos , então para o bem de quem vai acabar tendo de pagar por tudo isso (leitores) , que nivelem os preços por baixo e aí todo mundo participa sem culpas e (ou) impedimentos..O mundo tá em crise e a grana anda curta..O Gabriel abriu mão na boa e por conta disso se vê que qdo se quer se faz a coisa acontecer...!

Anônimo disse...

Carpinejar é só crítico. Se fosse bom realmente cobraria mais. E ser bom necessariamente não é ser só bom para poucos "cultos" e sim para uma parcela maior da populãção. Não sou fã do Gabriel nem tão pouco gosto de suas músicas, mas acho bacana a idéia de utilizar a música para cativar mais "incultos".