A jornalista Clarice Gontarski Speranza, com passagem pela
Zero Hora, Bandeirantes e rádio Gaúcha, esteve no sábado conversando com a
redação do jornal O Informativo sobre Jornalismo Investigativo. Fui a convite
do colega Emílio Rotta.
Entre outros comentários da jornalista, algumas frases me
tocaram muito:
“Jornalista bom é crítico, chato e curioso. Jornalista é um
cara que não se conforma.”
“Jornalistas em geral são descuidados com a questão
cultural: não vêem a importância do contexto na matéria, não aproveitam os
“ganchos” (outras informações que o ambiente apresenta) para valorizar sua
reportagem.”
“Uma pauta bem elaborada pelo chefe de reportagem já é
metade d o trabalho do repórter.”
* Eu acrescentaria que o bom jornalista traz um olhar
sensível às coisas que ocorrem ao seu lado, a sua frente e atrás. Atem-se a uma
ética superior a ética do patrão. E que se preciso, burla a cartilha política e
econômica do empresa para levar ao leitor fatos relevantes que acontece ao
redor. Exemplo?
A derrubada dos plátanos na cara da Secretaria Municipal do
Meio Ambiente, à rua Arno Ladner, entre as ruas Saldanha Marinho e Tiradentes.
Investiguem.
Porque jornalismo investigativo é como o trabalho de um
pesquisador: cata os dados, analisa e interpreta. Depois de compreendido,
explica para a comunidade onde se insere.
E por favor, nesse caso, façam chegar até a Promotoria.
3 comentários:
Laura, obrigado pela presença! Um grande abraço
Emilio Rotta
Será que nossos jornalistas aprenderam alguma coisa? Lembro do caso dos pneus da prefeitura, quando amordaçaram o jornalismo investigativo em Lajeado, calando a imprensa regional com ameaças... O pior: os donos dos veículos de comunicação (todos), em vez de endossarem as matérias, textos e falas de seus profissionais, sucumbiram ao poder político e de maneira vexatória não só calaram os jornalistas, mas alguns tiveram que viajar para outros lugares "até as coisas se acalmarem". Resultado: enterraram os brotos do pouco talento existente na imprensa do Vale. Os jornais e rádios na época (e ainda hoje) precisam mais do dinheiro das instituições gastos em publicidade do que dos jornalistas investigativos.
Hoje qualquer promessa do governo municipal é tomado como verdade absoluta e vira manchete, sem se questionar por quê, como e quando as coisas serão feitas. Antes grandes projetos e obras eram entregues e solenemente ignoradas pela mídia. Essa diferença é só por dinheiro?
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