Alguns acreditam que Sepé Tiaraju é lenda e sua figura estaria associada aos movimentos sociais do campo. Para outros, Sepé foi alferes e corregedor do Povo de São Miguel Arcanjo e um dos principais comandantes da resistência guarani-missioneira à implementação do tratado de Madri em terras do hoje Rio Grande do Sul.
Na década de 50, pesquisadores do Instituto Histórico Geográfico do Rio Grande do Sul impediram a construção de um monumento em homenagem a Sepé:
“Estávamos em plena Guerra Fria, marcada pela disputa entre capitalismo e socialismo. Setores da sociedade tinham medo de que a figura de Sepé chegasse aos movimentos populares, devido ao tom revolucionário da sua luta” - explica Ceres Brum, professora do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (RS).
Para o Frei Sérgio Antônio Görgen, a história é outra:
“Há no inconsciente coletivo de nossa sociedade um sentimento de culpa mal resolvido. Por isto, para muitos, é mais fácil dizer que Sepé é uma lenda do que reconhecer que só existimos por conta do assassinato de um projeto civilizatório infinitamente melhor que o nosso...”
“Na terra de todos, cravou-se o latifúndio. No trabalho feliz, cravou-se a escravidão e a exploração. Em vez de pão nas mesas de todos, luxo nas mesas de alguns, fome e miséria nos lares de muitos. Em vez de dignidade de todos, humilhação das grandes massas que precisam do favor alheio para sobreviver.”
Mas diz o email:
“É doloroso e escandaloso que isso aconteça no início das comemorações dos 400 anos (4º centenário) do início das Missões Jesuíticas Latino-Americanas (1609-2009).
“Estávamos em plena Guerra Fria, marcada pela disputa entre capitalismo e socialismo. Setores da sociedade tinham medo de que a figura de Sepé chegasse aos movimentos populares, devido ao tom revolucionário da sua luta” - explica Ceres Brum, professora do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (RS).
Para o Frei Sérgio Antônio Görgen, a história é outra:
“Há no inconsciente coletivo de nossa sociedade um sentimento de culpa mal resolvido. Por isto, para muitos, é mais fácil dizer que Sepé é uma lenda do que reconhecer que só existimos por conta do assassinato de um projeto civilizatório infinitamente melhor que o nosso...”
“Na terra de todos, cravou-se o latifúndio. No trabalho feliz, cravou-se a escravidão e a exploração. Em vez de pão nas mesas de todos, luxo nas mesas de alguns, fome e miséria nos lares de muitos. Em vez de dignidade de todos, humilhação das grandes massas que precisam do favor alheio para sobreviver.”
Mas diz o email:
“É doloroso e escandaloso que isso aconteça no início das comemorações dos 400 anos (4º centenário) do início das Missões Jesuíticas Latino-Americanas (1609-2009).
A notícia nos foi dada por telefone pelo Guilherme Abib, da família planejadora e executora, não só do Oratório mas também do conjunto arquitetônico desenhado por Oscar Niemeyer a ser levantado na Praça São Sepé Tiaraju.”
* Não é de se duvidar... São Gabriel é terra de latifundiários. Em 2003, durante a marcha da Via Campesina na cidade, os camponeses portavam um estandarte com a imagem de Sepé, enquanto os agricultores ligados ao agronegócio carregavam faixas utilizando a frase histórica do índio: “Alerta, essa terra tem dono”.
Fontes: www.cimi.org.br/ e http://www.rfc.com.br/folhadafronteira/
* Não é de se duvidar... São Gabriel é terra de latifundiários. Em 2003, durante a marcha da Via Campesina na cidade, os camponeses portavam um estandarte com a imagem de Sepé, enquanto os agricultores ligados ao agronegócio carregavam faixas utilizando a frase histórica do índio: “Alerta, essa terra tem dono”.
Fontes: www.cimi.org.br/ e http://www.rfc.com.br/folhadafronteira/
4 comentários:
Tem mais um pouco da história do indio Sepé Tiarajú na cidade de Caçapava do Sul, misturada com a cultura dos quilombos.
Alíás seria objeto de estudo aquele bairro inteiro naquela cidade (bairro da cidade de Caçapava, não lembro o nome), todo ele povoado por negros descendentes de escravos, em terras herdadas dos mesmos, recebidas em "indenização" pelos coronéis, seus donos já latifundiários, na época pós-abolição.
Aqueles negros herdaram além das terras, a cultura e o preconceito da "civiliazação" branca.
P.S. Micro Man já tem email:
micro-man@hotmail.com
Laura, li este post, mas acredito que este e-mail até omite a verdade dos fatos que aqui ocorrem. Primeiramente, o monumento jamais teve caráter de permanência definitiva, sendo que o mesmo foi provisório e seria retirado após as comemorações, o que nunca aconteceu. O terreno onde o oratório estava situado pertence a Família Assis Brasil, que pedia a retirada, mas nunca era atendido pela Administração anterior. Portanto, é inverdade o que o e-mail diz que o Prefeito Rossano Gonçalves mandou derrubar o monumento. A Prefeitura apenas atendeu o pedido da família.
Segundo, o projeto da praça jamais existiu verdadeiramente, tanto que o local nunca foi cedido pela Família Assis Brasil. Ele foi alardeado pelo ex-prefeito anterior meramente com objetivos eleitoreiros, mas recursos e projeto nunca existiram e nem foram levados a público na comunidade.
Terceiro, de quem seria a autoria deste e-mail, com conteúdo que incita a calúnia e violência, de forma ideológica? Finalizando e desculpando-me por tamanha acachapância, mas precisava fazer estes esclarecimentos importantes, pois informações inverídicas estão sendo divulgadas e causando prejuízos.
Espero ter esclarecido tudo.
Atenciosamente,
Marcelo Ribeiro
São Gabriel - RS
gabineteprefeito@saogabriel.rs.gov.br
data 8 de maio de 2009 14:42
Está circulando nos blogues http://lauramertenpeixoto.blogspot.com/ e por email a notícia de que a prefeitura derrubou o monumento de Sepé Tiaraju.
É verdade?
Att. ....
O comentário acima, presumo, corresponde ao email que mandei a prefeitura de São Gabriel.
O email recebido veio assinado por
Roberto Antonio Liebgott
Cimi Sul-Equipe Porto Alegre
Cabe ao leitor do blog as conclusões.
Obrigado pela resposta, Laura. Cabeu dirimir as dúvidas que este e-mail gerou, por que infelizmente, acredito que a questão foi mal colocada. O Cimi tinha que se informar melhor. Se não fosse pelo pedido da família, que pediu a retirada, e por sua negativa em instalar uma praça no local, que pediu a retirada, a Prefeitura estaria certamente, com um projeto de divulgação e teria recuperado o lugar.
Mais uma vez, peço desculpas por tamanha chatice, mas esclarecimentos teriam que ser feitos.
Atenciosamente,
Marcelo Ribeiro
São Gabriel-RS
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