Disse que Porto Alegre era “a capital das monstruosidades”, referindo-se obras de arte espalhadas em espaços públicos da Capital. Schilling chegou a propor a remoção das peças.
A resposta veio nesse sábado pela caneta de Clóvis da Rolt, professor de História da Arte, doutorando em ciências sociais pela Unisinos em Bento Gonçalves e Gaudêncio Fidelis, doutor em História da Arte pela State University of New York.
No seu artigo, Rolt lembrou que “a arte nunca foi fonte de consenso em nenhum momento da História.” E levantou a bandeira das “aberrações artísticas” – algumas financiadas com dinheiro público, outras não – espalhadas no estado: “a imagem colossal de Nossa Senhora de Caravaggio, em Farroupilha; um morango gigante, em Bom Princípio, a Via Gênova, em Serafina Correa...
... o Nanetto Pipetta, em Caxias do Sul, e o Monumento ao Imigrante, em Bento Gonçalves, dentre outros.”
Citou apenas essas porque nunca andou pelo Vale do Taquari...
Diz ainda Rolt:
“A arte contemporânea, fonte do ataque do professor Voltaire, é um instrumento eficaz para a leitura sócio-política da época em que vivemos.
Se é para retirar obras de arte e monumentos das praças – como sugere o professor – deve-se também implodir prédios de mau gosto, proibir a execução de música descartável nas rádios, barrar a veiculação de programação televisiva vulgar e vetar a publicação de má literatura, ou seja, algo que só seria possível sob jugo ditatorial.
Deixemos a arte correr e aprender com seus tropeços. Há muito tempo a verdade deixou de confiar em si mesma.”
Já, Gaudêncio Fidelis, defende o “direito de todo cidadão exercer sua opinião...” mas critica Schilling que gostaria mesmo era de implodir as tais obras de arte duvidosas:
“Sociedades democráticas, entretanto, não propõem sua destruição, pois isso seria uma atitude fascista, que na mesma moeda de troca sugere uma providência autoritária sobre tudo o que lhes “desagrada”.
“Sociedades democráticas, entretanto, não propõem sua destruição, pois isso seria uma atitude fascista, que na mesma moeda de troca sugere uma providência autoritária sobre tudo o que lhes “desagrada”.
Ao contrário, privilegia-se o respeito à expressão, que é o fundamento básico de democracia.”
Seria realmente uma obra de arte, a impressionista família de concreto verde-dourada?
10 comentários:
Eu os conheço por:"os et de varginha"
o importante é causar estranhamento, e isso essas obras causam, pessoalmente, não acho feio o monumeto de lajeado.
se pode deduzir q tua cidade é um ninho de fascista com tudo q destroem por aí e pwelos comentários dos teus leitores em post anteriores. tenho medo de te visitar.
eu acho q os colonos estão pra lajeado assim como aquele monumento do brecheret no ibirapuera tá pra são paulo
(e eu juro de pés juntos q ñ tô sendo sarcástico)
normalmente ao serem usadas as palavras nazista, ou fascista, chega-se a um ponto em que o dialogo é impossivel, é a legitima vulgarização da palavra, pra quem não tem argumentos serve de refugio. (sim, eu li na veja)
Democracia é quando não se impõe nada.Pode-se escolher se quer ou não ficar admirando uma monstruosidade.Ninguém perguntou prá mim se eu queria sair na rua e me deparar com um cocô desses.Cada um que faça suas cagadas em sua própria casa.O pior é achar politicamente correto descobrir arte onde ela não existe.Ahahahah...
pá foguinho tu é tosco hein? alguém aqui quis ler ess aberração que tu escreveu? do mesmo modo que tu pensa: guarda tuas opiniões apenas pra ti e diz elas só dentro da tua casa.
uqem tem capacidade de julgar o que é belo?
se fosse por esses voltaires que por aí existem, a torre eiffel tinha virado sucata.
O artista é o criador de coisas belas.
O objectivo da arte é revelar a arte e ocultar o artista.
O crítico é aquele que sabe traduzir de outro modo ou para
um novo material a sua impressão das coisas belas.
A mais elevada, tal como a mais rasteira, forma de crítica é
um modo de autobiografia.
Os que encontram significações torpes nas coisas belas são
corruptos sem sedução, o que é um defeito.
Os que encontram significações belas nas coisas belas são os
cultos, Para esses há esperança.
Eleitos são aqueles para quem as coisas belas apenas
significam Beleza.
Um livro moral ou imoral é coisa que não existe. Os livros
são bem escritos, ou mal escritos. E é tudo.
A aversão do século XIX pelo Realismo é a fúria de Caliban
ao ver a sua cara ao espelho.
A aversão do século XIX pelo Romantismo é a queixa de
Caliban por não ver a sua cara ao espelho.
A vida moral do homem faz parte dos temas tratados pelo
artista, mas a moralidade da arte consiste no uso perfeito de
um meio imperfeito. Nenhum artista quer demonstrar coisa
alguma. Até as verdades podem ser demonstradas.
Nenhum artista tem simpatias éticas. Uma simpatia ética num
artista é um maneirismo de estilo imperdoável.
Um artista nunca é mórbido. O artista pode exprimir tudo.
Sob o ponto de vista da forma, a arte do músico é o modelo
de todas as artes. Sob o ponto de vista do sentimento, é a
profissão de actor o modelo.
Toda a arte é, ao mesmo tempo, superfície e símbolo. Os que
penetram para além da superfície, fazem-no a expensas suas. Os
que lêem o símbolo, fazem-no a expensas suas.
O que a arte realmente espelha é o espectador, não a vida.
A diversidade de opiniões sobre uma obra de arte revela que
a obra é nova, complexa e vital.
Quando os críticos divergem, o artista está em consonância
consigo mesmo.
Podemos perdoar a um homem que faça alguma coisa útil,
contanto que a não admire. A única justificação para uma coisa
inútil é que ela seja profundamente admirada.
Toda a arte é completamente inútil.
Oscar Wilde
Para o meu amigo aí de cima.Tenho certeza de não há argumento pois ele,como disse,não tem capacidade de julgar o que é belo.
se no mesmo lugar não tivesse nada ou apenas uma rotula diriam que falta algo para embelezar e que a cidade nao tem arte ou esculturas etc...
é impossivel de agradar a todos, e só o fato de estarmos discutindo sobre o monumento, já faz perceber que ele tem seu valor ou que pelo menos causa algum impacto.
Façamos o seguinte!
Aos que estão criticando a obra eu sugiro algo um tanto justo: FAÇAM UM MELHOR!
Este artista já foi sim reconhecido por suas inúmeras obras... e se ele foi requisitado para fazer a dos imigrantes não foi por nada! Aliás, quando o chamaram sabiam o tipo de escultura que ele fazia.
Como o amigo acima disse: é impossível agradar a todos. Mas uma coisa sinceramente não dá p/ engolir: um cara que se mostra tão culto vim chamar o trabalho, uma obra de "cocô"!!!
Acho que teria que ter, no mínimo, RESPEITO pelas pessoas e pela obra delas. Não sei quem tu és e nem o que tu faz da vida senhor. Mas creio que tu não gostaria que eu lhe dissesse que teu trabalho é um cocô!
Obrigada.
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