segunda-feira, 11 de julho de 2011

FAUSTO WOLFF

“Acho que o jornalismo é a profissão mais bonita do mundo.
Ela dá a um jovem pobre – que tenha amor pelo seu país e pelo que acontece à sua volta -  a oportunidade de dizer ao povo o que o poder está fazendo.

Mas, hoje, o jornalismo é uma profissão para qualquer imbecil que não consegue ser médico, advogado ou banqueiro.
Consequentemente, o que aconteceu com o jornalismo?
O jornalismo é uma profissão para quem diz sim.

- Os grandes jornais estão se tornando muito semelhantes. Isso não é um mau sinal?
Eles não estão se tornando, já são semelhantes.
É tudo a mesma coisa.
Vou explicar: em um país como foi o Brasil de 1930, 1940, até os anos 70, você tinha um público que “duvidava”.
Duvidar é sempre uma coisa extremante salutar.

Mas a dúvida cria um problema para o poder. (...)
A dúvida é ruim para o poder.
Outra coisa que é ruim para o poder é a educação. Se ela for harmonizada com a Cultura, pior ainda.

Então, o poder – comercial ou econômico – está numa situação sem saída: ele quer vender, mas, para vender, precisa que as pessoas acreditem nele, e as pessoas esclarecidas não vão acreditar nele.
O que ele tem que fazer?
Acabar com a capacidade crítica, interpretativa, da maioria.
Ora, para fazer isso, o que é melhor do que qualquer outra coisa?
Trinta anos de ditadura.”
Entrevista no Jornal Rascunho, em maio de 2003.
Fausto Wolff nasceu em Santo Ângelo (RS), em 1940.
Aos 18 anos foi para o Rio. Viver.
Editor do jornal O Pasquim,acabou exilado em 1968.
Premio Jabuti de 1997: À Mão Esquerda
Morreu em 31 de agosto de 2008.

2 comentários:

Bernardo disse...

A mídia brasileira serve aos poderosos para iludir o povinho bunda, que se descobriu consumidor por ter um cartão de crédito na mão em um 1.0 na garage.

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Acresço ainda que esses grupos de comunicação fabricam gênios como o senhor Coimbra. Outro o Prévidi em seu blog postou texto do mesmo chupado da Zérro Hórra em que referido gênio afirmava não ter turma, ser Apolítico. Acreditem assim ele escreveu. Disse igualmente que escreve o que quer e pensa por si só. Esses são os gênios vendidos por esses grupos perniciosos. Então encaminhei um comentário em que dizia entre outras coisas que ainda não nasceu ninguém que seja Apolítico. Diz Antropologia que nós humanos somos nidícolas, gregários e políticos. No comentário disse duvidar que ele escreva um artigo sério denunciando o sionismo e que o faça ser publicado no mesmo diário. Se ousar fazer tal leva um pé da bunda. A Internet penso seja o caminho para libertar o mundo dessas pragas.