quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

KISS: OUTRA REFLEXÃO


“O tal show com fogos de artifício em local fechado não era novidade.
Houve tempo mais do que suficiente para surgir uma única alma sensata – entre os sócios da casa, funcionários, bombeiros, fiscais, autoridades municipais, jornalistas, músicos e milhares de frequentadores – para dizer o óbvio: isso não pode dar certo.
As responsabilidades legais terão de ser apuradas, e os culpados diretos terão de ser punidos. Mas a tragédia da boate Kiss também contou com uma boa dose de insensatez coletiva. Entre autoridades e civis, ninguém achou, nunca, que aquela caixa de sapato inflamável com 1.000 pessoas dentro poderia a qualquer momento virar uma ratoeira?
 E poderia ser por um cigarro escondido, por um curto-circuito ou outras causas invisíveis – mas foi por uma tocha, acesa na frente de todos, como parte de um show conhecido. A estupidez era a atração.

A Kiss era um coquetel de riscos – evidentes –, que não foram evitados for uma soma de omissões. Mas tragédia com muitos culpados dificulta o espetáculo do linchamento. Por que o músico da banda foi preso? Porque o show tem de continuar.
 (...)
Já que seu discurso nunca quer dizer nada, o jeito é entendê-la por gestos. Aí tudo fica claro. Escondido na aba da presidente, há um ministro com alvará vencido.
Após faturar R$ 2 milhões com consultorias fantasmas, Fernando Pimentel foi interditado pela Comissão de Ética da Presidência.
O que fez Dilma, a sensível? Interditou a Comissão de Ética – e manteve o ministro pirotécnico no cargo.

Esse é apenas um dos muitos exemplos de legalidade que a líder da nação oferece a bombeiros, prefeituras e donos de boate. (...)

Assim, o governo popular estimula o cumprimento das regras: durante anos, a presidente e seu padrinho mantiveram como sua representante oficial Rosemary Noronha, que atuava sobre as agências reguladoras – as que criam as regras – como negociante de cargos e propinas.
As ações dos companheiros de Dilma não deixam dúvida: driblar a lei dá lucro.
Os donos de boates piratas em todo o Brasil têm, portanto, em quem se espelhar. Por esse ângulo, até dá para entender que Dilma seja a estrela da tragédia.” Guilherme Fiúza, jornalista e escritor.




Um comentário:

Anônimo disse...

É uma cadeia de propina!Fiscais federais,estaduais,municipais levando cada um a sua cara metade,por outro lado o exemplo vem das próprias autoridades maiores.Essa Base aliada e enliada que comanda o pais são todos demagogos e hipocritas!