“Miriam Leitão chorou.
Não foi voz embargada, foi choro mesmo.
Por acaso havia outros jornalistas na sala: choraram ao ouvir a veterana repórter deixar de lado sua cruzada ambientalista e suas análises sobre a economia, para falar sobre Zilda Arns.
Foi nesta quinta-feira, às 12h30 no Repórter CBN.
Tirar lágrimas da audiência nem sempre é um recurso jornalisticamente correto. Sobretudo em trabalhos editados, parece truque.
Mas comover-se ao vivo, diante do público, torna a profissão do jornalista menos burocrática, menos fleumática. Acaba com o mito da objetividade. Neutraliza os ressentimentos que a própria imprensa é capaz de produzir. Irradia humanidade.
Miriam Leitão chorou quando falou em solidariedade – Zilda Arns trouxe a noção de solidariedade para a vida pública brasileira.”
Alberto Dines
jornalista
Atualização às 15h45m:
"Zilda Arns morreu no terremoto do Haiti. Era um motor da luta pelos direitos humanos. Ela e seu irmão Dom Paulo Evaristo, o cardeal.
Não a conhecia pessoalmente. Já ele, a primeira vez que o vi em carne e osso foi em 1975 no cemitério israelita do Butantã em São Paulo, no enterro de Vladimir Herzog. Com o cardeal ali eu me senti protegido. (...)
O sobrenome Arns está na minha percepção como um marcador de tempo político, especialmente dos anos 70 do século passado.
Acredito que deva ser assim também para outras pessoas da minha geração. E está como sinônimo de bondade. Cada vez que ouço ou leio o “Arns” vem a ideia de coisa boa, de coisa humana, de paz. Daí talvez a sensação de proteção.
Não sei se alguém pode almejar mais na passagem por este mundo, digo com sinceridade. Ser visto consensualmente pelos semelhantes como paradigma do bem. E “consensualmente” deve ser lido do jeito que é, na prática. Não significa “unanimemente”.
Houve, ainda deve haver, gente que odiou, ou odeia, Dom Paulo pela proteção que sempre deu aos perseguidos pela ditadura. É possível existir quem não gostava de Dona Zilda. Paciência."
Na íntegra: http://www.blogdoalon.com.br/
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
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Um comentário:
é, á drª zilda foi uma perda quase irreparável em um país já capenga de grandes valores, ou melhor, valores maiores que o próprio umbigo..
pode ser lugar comum, mas a 1ª coisa que pensei na hr em que ouvi como aconteceu a morte dela foi: mas não podia ser uma comissão de senadores? só devaneio meu! as passagens levam eles pra paris, não pra um país miserável como o haiti
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