sábado, 30 de janeiro de 2010

DIRETO DO FORUM SOCIAL...


Photo by Bia Barbosa

O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, durante seminário no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, falou sobre os crimes cometidos pela ditadura militar no Brasil:

“As vítimas e familiares e aqueles que lutam pela democracia sabem que, se esquecermos, isso pode voltar amanhã.

E aqueles que não querem lembrar porque tem muito poder hoje, vivem uma vida que não querem abandonar. É por isso é tão difícil lembrar que nenhuma Lei de Anistia pode abranger crimes contra humanidade.
E por isso esta é uma luta política do mais alto nível.
Se a interpretação que for dada à Lei de Anistia no Brasil decidir apagar os crimes contra a humanidade, podemos dizer que a ditadura ainda está presente, pela incapacidade de este país saber a verdade.”



“Esta não era uma lei para os militares, ou vocês acham que eles iam admitir na lei que tinham torturado e matado nos porões?
O poder não confessa o que praticou às escondidas. Esta foi uma lei unilateral, apresentada como pacificadora, para se tornar uma lei do esquecimento”, acredita Domingos Sávio da Silveira, procurador da República.
“A anistia aqui surgiu para que não houvesse acesso aos nomes de quem se envolveu nisso. Mas o Brasil precisa saber tudo. Nome completo e circunstâncias.” acrescenta o jornalista e sociólogo Marcos Rolim.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/

3 comentários:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Já tornei público que estava no DOPS quando da saída do sargento Manoel Raimundo Soares que foi apanhado por ocupantes de um Gordini escuro tendo sido encontrado alguns dias depois afogado no Guaíba com as mãos amarras às costas com tiras de sua própria camisa.
Sei o quanto isto me custou e aos meus filhos. Quero saber quem o matou, se os milicos ou e membros da polícia ostensiva que foi sempre muito ativa na ditadura, vide ZH de hoje em que eles começam a revelar por certo uma pequena parte da participação deles neste triste período de nossa história.

O Olho do Linceu disse...

Curiosidade - quando ele comenta; "isso pode voltar", se refere aos militares ou terroristas?
- quando se referem "para que não houvesse acesso aos nomes de quem se envolveu nisso" se refere aos militares ou terroristas?

Jorge disse...

Não mudam em nada, são sempre os mesmos. Leiam o final do texto, do Tavares na ZH de hoje. Como exercício, sugiro o traduzam da esquerda para a direita. Por exemplo: troque milicos por subversivos, ou assassinos, e assim por diante. Fica bem mais imparcial e verdadeiro.