quinta-feira, 23 de outubro de 2008

FILOSOFIA DO CALICE CHEIO...

Eu não entendo nada de bolsa de valores.
Não tenho nenhum investimento.
Não tenho poupança. Nem uso talão de cheques.
Tudo é minguado. Moedas aqui, outras lá.


Portanto, quero crer que a bolsa americana não influencia as minhas aftas.
Nem a gastrite queima as entranhas.
E a insônia que me aflige é a mesma de quinze anos atrás.

Houve uma época em que os americanos viviam bem felizes com suas ações na bolsa.
Um tempo em que ricos e pobres investiam e tinham suas casas hipotecadas para apostar mais e mais na bolsa. E a cada manhã o “New York Times” assegurava a eles que a riqueza era todos os apostadores.

Numa manhã do dia 24 de Outubro de 1929, as coisas mudaram.
“Nesse dia, 12.894.650 ações mudaram de dono, muitas delas a preço que destruíram os sonhos e as esperanças dos que as possuíram.” J.K.Galraith

Às 11horas, o mercado de ações da Bolsa de Nova Iorque se transformaria numa confusão medonha. Às 11h30min, o pânico seria geral . E em seguida, 11 especuladores se suicidariam. Os primeiros de uma série de corretores.
As indústrias e comércio da classe médiaquebram, desempregando milhares de homens e mulheres.
A ruína também alcança os camponeses e a bancarrota é geral. Surgem as hoovervilles, bairros miseráveis que responsabilizavam o presidente Hoover pela incrível tragédia.
Somem os capitais americanos investido no estrangeiro. Bancos e empresas européias entram em falência. E a crise assume proporções mundiais.

“De 1921 a 1929, o Dow Jones passou de 60 para 400! Milionários foram criados quase instantaneamente. Mas, estes investidores milionários ficaram falidos instantaneamente ao verem as suas posições dizimadas nos dias 28 e 29 de Outubro. Em Novembro, o Dow Jones tinha passado de 400 para 145. (...) Estima-se que 140 Mil milhões de dólares desapareceram e 10.000 bancos abriram falência. ”
(www.maisvalia.com)


Só para lembrar que a roda da vida gira...
Mudam os ventos, tronos desabam.
Gosto da mitologia quando ela explica a figura de Cloto, uma das moiras fiandeira, aquela que segura o fuso e puxa o fio da vida.
Mas, na verdade é a velha Láquesis que joga com a sorte, com o destino do homem...
Cuidem de seus milhões.
Cuido eu dos meus tostões.


Photography New York 1929 by Walker Evans

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