O Apanhador no Campo de Centeio
“Se querem mesmo ouvir o que aconteceu, a primeira coisa que vão
querer saber é onde nasci, como passei a porcaria da minha infância, o que os
meus pais faziam antes que eu nascesse, e toda essa lenga-lenga tipo David
Copperfield, mas, para dizer a verdade, não estou com vontade de falar sobre
isso.
Em primeiro lugar, esse negócio me chateia e, além disso, meus pais
teriam um troço se contasse qualquer coisa íntima sobre eles. São um bocado
sensíveis a esse tipo de coisa, principalmente meu pai. Não é que eles sejam
ruins — não é isso que estou dizendo — mas são sensíveis pra burro.”
J.D. Salinger
2 comentários:
Livro maldito que inventou uma geração e mais, quando perguntaram a Mark Chapman por que ele matara John Lennon, o perturado-mental-ou-pau-mandado-da-CIA disse: "Leia O Apanhador no Campo de Centeio e você descobrirá porque o fiz. Esse livro é meu argumento".
Nas páginas de Salinger, escrita na década de 40, sente-se em Holden, garoto personagem central, a mesma rebeldia, incertezas, ambivalênciaa de todas gerações posteriores. Logo, um livro atual. A imagem de Holden, à beira de um precipício, tentando apanhar crianças que brincam num campo de centeio, para que não caiam de lá, somos nós, tentando salvar o mundo, quando queremos nos salvar das próprias angústias e de medos. O livro é assim: abre-se a tantas interpretações quantas leituras forem feitas. E depende muito de nosso estado de espírito gostar dele ou não. Se alguém quiser colocar como interpretou a última frase do livro, agradeço. Não consegui.
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