O Correio Braziliense traz matéria interessante sobre a invasão dos eucaliptos, produto de duas multinacionais, a finlandesa Botnia e a espanhola Ence na região do pampa argentino e uruguaio.
“O governo e os empresários locais saúdam a nova frente econômica, como acontece no Rio Grande do Sul, mas os efeitos dos “desertos verdes” de eucaliptos já são sentidos por agricultores na região de Mercedes, no departamento de Durazno.”
Mas, o Movimento de Agricultores Rurais de Mercedes, que reúne cerca de 150 produtores, exige que nenhum eucalipto mais seja plantado, que seja desativada a fábrica de celulose, que se veja uma solução dos problemas de água nas terras dos vizinhos das florestas e a revisão da legislação ambiental, que não impõem limites nem restrições à atuação das multinacionais do setor.
A região sofre com a falta de água.
Mesmo proprietários rurais que arrendaram terras para as multinacionais pressionam o governo para resolver o problema, mas não falam abertamente sobre o assunto. Dezenas de agricultores já deixaram a localidade, ou porque venderam suas terras ou porque não conseguem mais uma boa produtividade.
Não é preciso ler o Correio Braziliense para saber que a monocultura do eucalipto transformou-se em praga: meu vizinho, com interesses na região de Pantano Grande, já alertou para esse impacto ambiental há muito tempo atrás.
O que chama atenção é a imprensa oficial gaúcha: totalmente omissa.
Reportagem de Lucio Vaz: http://www.correiobraziliense.com.br/html/sessao_3/2008/05/06/noticia_interna,id_sessao=3&id_noticia=4548/noticia_interna.shtml
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
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3 comentários:
Lady Laura este é um problema seriíssimo. Mas há outro enfoque igualmente importante. Por três anos trabalhei em Cambará do Sul onde está instalada uma indústria de celulose. Referida indústria levou, quando de sua criação, àquela cidade a energia elétrica por ela produzida em sua usina hidroelétrica. Igualmente produz energia queimando os cavacos dos galhos que são triturados por uma maquina especial e com referida queima produz energia térmica. Na lavagem da celulose, empregam o cloro, subproduto extraído do cloreto de sódio (sal marinho) e o produto desta lavagem era então jogado todos os dias, próximo do meio-dia, num pequeno rio cujo nome não recordo. Deprimente era assistir aquilo, pois o rio era transformado em espuma e tinha a cor de leite. Penso que até os mosquitos, já acostumados com aquilo, haviam deixado de depositar suas ovas lá por saberem que suas larvas não conseguiriam se criar.
Esse tipo de indústria só implanta algum tipo de tratamento depois do protesto de malucos como nós dois e da interferência do MP que precisa entrar de sola (literalmente), caso contrário esse mesmo governo que autoriza o plantio e a industrialização, com um simples canetaço, em que trocaram a chefia do órgão ambiental para “acelerar” o processo, nada faz.
Uma vez poluído um pequeno rio como o que citei, esta carga toda chega aos outros rios, rios que nos fornecem a água a ser tratada para o consumo. E é exatamente aí que somos mais uma vez penalizados, pois o tratamento se torna mais oneroso e quem banca tal ônus somos nós os que consumimos água. E aí mais uma vez entra outro absurdo em nossas vidas que é a Corsan, esta sim uma praga que já deveria ter sido entregue à iniciativa privada, pois é quem cobra uma das águas mais caras do país.
Esta matéria deixo para um artigo que estou escrevendo. Mas antecipando a discussão, aqui está o URL de uma companhia de águas, onde se pode observar o que são tarifas aceitáveis, especialmente a subsidiada aos que menos ganham. www.aguasdeitapema.com.br
Micro Man arrisca um palpíte:
A grande imprensa gaúcha estaria calada sobre o assunto por que as fábricas de papel e celulose são grandes patrocinadores de seus jornais e outros veículos de (des)informação?
O autor pisou na bola, pois a imprensa oficial, penso que seja mesmo a imprensa oficial já que não está entre aspas.
Se ele quis dizer chapa branca, esqueceu as aspas.
E aí ele tem toda a razão, pois dona Ylerda jogou nos braços dos barões da mídia, no ano que passou, mais de 90 milhões de reais.
Esses trocadinhos os tornam extremamente simpáticos e afáveis. Mas os sites e blogs mantidos por gente idealista, eles jamais conseguirão calar, pois não tem tanto dinheiro assim.
Bendita Internet.
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