O RIO NO PODIUM

Parte de um Brasil eufórico comemora a vitória brasileira ocorrida ontem quando mais da metade dos votos – 66 a 32 – deram condições para que o Rio de Janeiro, de agora em diante faça parte do seleto grupo de cidades olímpicas, a partir de 2016. Faltava essa condição para sermos do primeiro mundo, não é? Lembrei de algo mais ou menos assim.... “Ninguém segura esse país” não foi hino nos anos 70? Desculpe.

Com o pré-sal, copa, os caças franceses e agora as olimpíadas, o governo tem menos de sete anos para tirar leite das pedras, não, das areias cariocas: saneamento, transporte, segurança, hotelaria e mais as obras dos complexos esportivos. Haja grana. Muiiita grana.

O governo Lula garantiu que o petróleo vai pagar essa conta: quase 26 bilhões de reais.
Como já se gastou 180 milhões só na candidatura para viabilizar esse “sonho”, imagino que o resto virá das profundezas do mar mesmo.

Mas, du-vi-do que muitos dos queridos leitores não pensaram o mesmo: vem aí mais obras superfaturadas, mais conchavos e grandes desvios. Não vamos puxar para trás, gente...

Um azedo disse ao meu lado “enquanto isso esse caos na saúde”. Putz, que mau humor, pensei. O país exultando, se emocionando na frente da tela global, o Rio decretando ponto facultativo para a cariocada curtir a vitória, e essa criatura só vê o caos no SUS, no sistema penitenciário, a falcatrua do Enem, a Yeda... Sai pra lá!

Um entendido disse na tevê que o Rio vai plantar 24 milhões de árvores até o ano 2016. Toma!

E o Lars Grael falou sobre a valorização do esporte escolar, todo um trabalho de base junto a gurizada deve ser resgatado com incentivo as olimpíadas escolares. É isso aí! Lembrei daquele garoto que treina arremesso de peso com cascalho da barranca do rio Taquari lá no pequeno vilarejo de Tamanduá.

Difícil discordar: o Rio é lindo nos seus contrastes e o povo merece viver a alegria contagiante que só o esporte pode nos devolver.