quarta-feira, 29 de outubro de 2008

BLINDNESS

Desculpem a comparação: assim como tenho leitores cuja sensibilidade cabe num prato raso de cafezinho, outros valem uma saladeira.
Valem uma mesa farta e um bom e honesto vinho.


A estes recomendo: assistam “Blindness” no cinema em Porto Alegre.
Não esperem pelas locadoras. Filmes como estes se perdem na tela pequena.
Mesmo na de plasma. Tenham certeza absoluta.
Fernando Meirelles dirigiu em 2002 o excelente “Cidade de Deus” e em 2004, “O Jardineiro Fiel”, ambos receberam 4 indicações para o Oscar, inclusive, o de melhor diretor para o primeiro.
Agora, adaptou o livro de José Saramago, “Ensaio sobre a Cegueira”.

Não resisti e comprei. O que o filme não revela, a necessidade de compreender no papel.

Assisti ontem. Saí do cinema dividida entre a desesperança e o encantamento, embasada pela trilha perfeita do maestro Marco Antonio Guimarães, criador grupo mineiro Uakti, como descobri no final dos créditos.
O filme valeu o trabalho de Meirelles nas dez versões que ousou para chegar ao produto final, e no retalhamento de 40 minutos para não deixar a narrativa tão linear.

As reflexões de cada um sobre o filme são muito particulares. Mas, me parece que fechou muito bem com o enfoque do “Fronteiras do Pensamento” que assisti na segunda-feira: aculturação, individualização, a degradação do homem e do seu habitat.
A narração do ator Danny Glover é comovente. O diretor pensou que seria ele o alter-ego de Saramago. Também eu. Juliane Moore, convincente e a brasileira Alice Braga mandando muito bem.


Assistam Blindness e vamos beber juntos!


Um comentário:

Anônimo disse...

Haverá um dia que nossos representantes exigirão dividir com os que ficam abaixo da barragem do Bom Retiro, este flagelo. Não é possivel que só nós pagamos o pato. Façam um resgate histórico e vejam que com a barragem, nunca mais Porto Alegre teve grandes cheias.