quinta-feira, 8 de julho de 2010

ROBERTO BOLÃNO

A loucura, a morte e o amor. Qual dessas três coisas você mais teve em sua vida.
Espero de todo o coração que tenha sido o amor.


Que coisas o fazem trincar os dentes de rir?
As desgraças próprias e alheias.


Que coisas o fazem chorar?
As mesmas: as desgraças próprias e alheias.


O mundo tem remédio?
O mundo está vivo, e nada vivo tem remédio, e essa é nossa sorte.


Que te vem à cabeça ao escutar estes nomes?
César Vallejo: a virtude e a torção. A lírica que se autodevora.
Juan Carlos Onetti: para maiores de trinta e três anos.
Jorge Luis Borges: o centro do cânone da América Latina.
Pablo Neruda: dois livros extraordinários e nada mais.
Gabriel García Márquez: um homem encantado de ter conhecido tantos presidentes e arcebispos.
Mario Vargas Llosa: o mesmo, só que mais polido.
Guillermo Cabrera Infante: um escritor estranho.
Na verdade, de todos os escritores que me citou, só me interessam Vallejo, Onetti e Borges.


Roubou algum livro que logo depois não gostou?
Nunca. O bom de roubar livros (e não caixas fortes) é que se pode examinar detidamente seu conteúdo antes de perpetrar o delito.
Me comovem os jovens que dormem com um livro debaixo da cabeça.
Um livro é a melhor almofada que existe.

Que coisas te aborrecem?
O discurso vazio da esquerda. O discurso vazio da direita já é de se esperar.


* Roberto Bolaño Ávalos (28 de abril de 1953— 15 de julho de 2003) foi um escritor chileno, ganhador do Prêmio Rómulo Gallegos por seu romance Os Detetives Selvagens, que ele descreveu como uma carta de amor à sua geração. Bolaño foi considerado por seus pares o mais importante autor latino-americano de sua geração.

http://pt.wikipedia.org/



Nenhum comentário: