sábado, 15 de setembro de 2012

UM TIPO INDOMAVEL

 Futebol. Quem sou eu para divagar sobre? 
Como sempre ouço que o Vale do Taquari é um berçário de chuteiras promissoras e que em nenhum outro lugar tem campeonato amador tão grande como por aqui, também vou cobrar um pênalti nesse campinho.

 Na periferia ou clubes sociais, na zona rural ou em ginásios particulares: futebol. Atletas de fim de semana e de meio de semana. Quantos são? Quantos desde pequenos se inspiram nos ídolos de grenais, da seleção e até do Barcelona e seguem driblando suas fantasias de gramado?

Para todos esses sugiro assistir “Heleno”, direção de José Henrique Fonseca, já disponível em locadoras.
Porque se eu, que não morro de amores pelo esporte, fiquei impactada, só imagino vocês que vivem correndo atrás da bola.
Assistam “Heleno”. É um grande filme biográfico, é um maracanã cheio. Uma sensível homenagem  prestada ao time carioca Botafogo.

Deixe seus preconceitos de lado: sim, é filmado em preto e branco para conferir veracidade à época vivida pelo jogador nos glamourosos anos de um Rio de Janeiro da década de 40-50. 

Assistam “Heleno”, que apresenta uma pesquisa de época muito bacana, tanto pelos figurinos e adereços, como pelos cenários escolhidos. Tem uma direção de arte deslumbrante, lembrando filme francês com todas suas sombras e espelhos, metáfora para decadência e vaidade do personagem. Pesquisa musical bárbara, impecável, que não se sobrepõe ao filme, mas sublinha as derrotas e vitórias conquistadas. E ainda traz no papel principal, Rodrigo Santoro, 37, o gol de placa do filme. O melhor ator brasileiro nos dias de hoje – sem receio de cavar falta. E o coadjuvante Maurício Tizumba merece crédito. Sua atuação comove de tão verdadeira.

O drama de Heleno, suas conquistas amorosas e nos gramados, seu envolvimento com o vício, a doença e a decadência.

Não é um filme óbvio, e talvez por isso, as críticas da Veja, a revista mais óbvia da imprensa deste país. 
Claro que não é um filme sobre futebol, é sobre um ídolo e toda a carga dramática que ídolos transferem para suas vidas pessoais. Não é um filme com estética da Globo, mastigadinho. Longe disso. 
De pesquisa, a literatura do jornalista Marcos Eduardo Neves:  “Nunca Houve um Homem como Heleno”.
Assista e depois conversamos.

* Minha crônica jornais A Hora dos Vales, Lajeado, e  Opinião, Encantado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom filme com cenas que passam bastante veracidade. Mais uma boa atuação do Rodrigo Santoro.