Quando participamos do 8º Caminhos da Colônia, promovido pelo pessoal de Tamanduá, chegamos até a igrejinha do Fão. O frei Evaldo Taipel esperava os caminhantes para uma benção. E falou que aquela igreja era considerada a primeira paróquia dos franciscanos no Rio Grande do Sul – assim entendi. E a primeira construção da capela seria de 1912, fundada por frades franciscanos holandeses.
Mais detalhes chegam agora, pela moradora Sonia Constantino, que mandou material de pesquisa para matar minha curiosidade:
Conforme a crônica escrita em 25 de março de 1926 pelo frei Edmundo Rambo, houve um tempo em que uma viagem de Lajeado até a vila do Fão demorava nove horas a cavalo, de carro, dez horas devido as estradas intransitáveis, para chegar as lonjuras morro acima da Paróquia N.Sra. de Lourdes de Bela Vista do Fão.
A colonização da região iniciou pelos descendentes de alemães, fugidos do Morro do Ferrabrás, campo de conflito dos Muckers. Só depois chegaram os italianos, vindo dos arredores de Garibaldi.
“Na época a maioria dos fieis eram italianos, umas duas famílias alemãs, alguns brasileiros e polacos “– na analise do Frei Antonio van der Steen, que dá nome a escola no Fão - “Digo-vos que às vezes se torna difícil arranjar um chapéu que assente em tantas cabeças.”
O Livro de Batismo de Bela Vista do Fão, de 11 de maio de 1920, registra três batizados: Doralina Maria de Andrade, Irena Kerl e Albino Kalau.
No dia seguinte, seria a vez das crianças italianas:
Ella Maria Paludo, Genino Merlo, Esperandio Piazzi e Aldina Izabella Piero.
Agora, corta para hoje, quando um dos integrantes da Caminhada, conhecedor da região, não aguenta e desabafa:
“Tu precisava ver que linda era a Casa Canônica que existia ao lado da Igreja. Um padre (ou frei?) mandou derrubar e levou com ele as portas e janelas antigas. Pode?”
Pode. Tudo pode quando a alma é pequena - independente de religião ou descendência.
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