quarta-feira, 11 de novembro de 2009

MEU BAIRRO SOME NA SOMBRA DOS PRÉDIOS...

Ontem calcei as tamancas e fui até a prefa.

No Setor dos Pepinos, sentei na frente do Edson Santos de Carvalho.

- Seu Edson, queria ver o meu bairro no plano diretor. Não agüento mais as sacanagens dessa prefeitura para com a gente, contribuintes, eleitores ou seja lá o que representamos...

Acho que por uma fração de segundos, o sangue do Edson ferveu.


Mas ele trabalha no Planejamento há 27 anos. Desde os tempos do Corbellini... O Edson acompanhou até a transferência da zona do São Cristovão!

O sangue ferveu, mas não transbordou.


Com a maior paciência explicou para essa blogueira bovina, a diferença entre área territorial residencial, mista e comercial. Fez uns cálculos e mostrou a relação terreno versus índice construtivo. Quanto maior o terreno, maior a possibilidade de edifícios altos.
Isso eu sei. Imagina que os construtores idiotas deixariam espaço verde para as crianças e velhos usufruírem? Nunca.

O Plano diretor de 1992 considerou nosso bairro excelente área para comércio e aprovou alterações. Lembro de uma reunião com moradores, CREA e um lojista do setor da construção civil que insistia nessa alteração. O povo disse não. Parece que a prefeitura não ouviu os moradores e muito menos o CREA, com seus próprios interesses.

Na semana passada mandei email para o secretário Beto Fluck questionando sobre esse episódio, mas ele não respondeu. Talvez, mordido pela falta de apoio ao projeto da nova Câmara de Vereadores.

Assim descubro que na rua Expedicionários do Brasil, de um lado da rua pode se construir prédios de 9 andares, como esse na foto. Mas, na outra calçada não.


* Então a dona Guisela, uma das moradoras mais antigas naquela esquina, se ferrou: perdeu o sol, a sombra e a beleza das árvores e o sossego.



Cerca de 4 ou 5 ruas do bairro Americano estão protegidas. Termo usado pelo próprio Edson. No seu subconsciente, reconhece que precisamos nos proteger: “Alí os índices construtivos não são tão agressivos.” - disse. Perceberam?



Um pouco mais acima, foi preciso os moradores se unirem e entrar com ação no Ministério Público para frear a construção do prédio vizinho: impacto de vizinhança.



Fico imaginando o movimento que vai causar ao nosso pequeno bairro, em duas quadras, quatro prédios de nove andares? Serão mais de duzentas famílias. Sou ruim de matemática... Multiplica, chutando baixo, por três pessoas em cada ap e mais um carro por família? Mais de 600 pessoas empoleiradas e mais de 200 a 300 carros circulando por essas ruas...




Creche Garatuja: vendida para novo prédio.
Quanto verde a Secretaria do Meio Ambiente vai autorizar para corte! Oba!





Outra esquina já vendida com prédio já em vendas e o verde para carvão...


Sim, impacto ambiental num bairro pequeno, onde há pouco tempo só exstiam casas residenciais. Alô, Ministério Público!


2 comentários:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Lady Laura uma blogueira bovina? Peraí guria! De bovina não tens nada, muito antes pelo contrário. Belíssima matéria, própria de um profissional competente. Aqueles que só pensam em empoleirar (gostei do emprego deste verbo) gente enquanto enchem seus bolsos de dinheiro, estes sim tem mentalidade bovina.
E antes que me contestem como aquele covarde que se esconde no anonimato para me chamar de velho etc., vão ao mato. Entenderam? Por certo que sim, pois burros não são.

Anônimo disse...

Todo mundo quer morar perto do Centro. Isso não é e nem pode ser privilégio só de alguns.