ALEX THOMAS: 1986-2010

Dias desses recebi um email questionando a identidade dos assassinos de Alex Thomas.
Vasculha dali e daqui, pareceu que o email era fake, com introdução chupada de um link do Yahoo...

Mas, vale lembrar que passado mais de 24 anos, Alex Thomas é lembrado na web: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Alex_Thomas

O jovem lajeadense foi assassinado brutalmente na noite de 26 de fevereiro de 1986, em Atlântida/RS. Alguns integrantes da Gang da Matriz foram presos e cumpriram pena por muito pouco tempo, o que sempre revoltou os familiares e amigos da família Thomas.

Um dos envolvidos seria o radialista Bolivar Canabarro Trois Neto, discutido recentemente em um tópico no Orkut, na comunidade Procura-se gerente para rádio fm: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgscmm=1172034&tid=5420537834691053115



Mais sobre o caso:

“O outro processo de Júri que causou muita repercussão nacional foi o do garoto Alex Thomas, assassinado na praia de Capão da Canoa.

Como disse, fui designado pelo Dr. Luiz Felipe para atuar no caso, embora já fosse procurador de Justiça.

No caso Alex Thomas a expectativa da sociedade era parecida com a do caso Olímpia, o Rio Grande do Sul queria a condenação dos rapazes e todos esperavam apenas uma coisa: que o promotor fosse lá e obtivesse a condenação dada como líquida e certa.

Minha obrigação era, portanto, a de chancelar essa vontade, daí a posição muito complicada do MP.

Esse processo foi muito delicado e exigiu muita estratégia da acusação nas duas sessões que foram realizadas, redundando na condenação de todos, salvo a de um deles, porque sua absolvição foi por mim requerida em plenário.

Esse rapaz era o filho de um grande poeta gaúcho (*), ele não tinha tido qualquer envolvimento no fato e havia prova de que apresentava perturbações à saúde mental.

No dia do Júri, fui muito criticado pela defesa pela atitude de pedir a absolvição de um e a condenação dos outros. O meu objetivo não era barganhar com os jurados, embora, em termos práticos, assim pudesse ser entendido

Na verdade defendi a posição que achei a mais correta como promotor.
Tenho em casa guardada uma carta que o pai desse rapaz me enviou depois que tudo terminou. A carta tem só duas linhas, ele escreveu:

“Peço licença para cumprimentá-lo pela sua coragem e independência como homem e como promotor de Justiça”.

Guardei essa correspondência como uma espécie de troféu.”

JOSE ANTÔNIO PAGANELLA BOSCHI
desembargador
http://www.mp.rs.gov.br/areas/memorial/anexos_noticias/entrevista_jose_antonio_paganella_boschi.pdf

* O filho do poeta Paulo Hecker.

** Pensei nesse caso quando estes dias ouvi um grupo de garotos de Lajeado contando vantagem das babaquices que aprontavam por aí. Muito próximo, muito próximo mesmo, de praticarem uma selvageria semelhante ao que aconteceu com Alex Thomas.

Uma só vacilada e o abismo engole a todos.