A beleza do mundo submarino na visão de Jean-Michel Cousteau
Jean-Michel Cousteau, 72, filho do explorador francês Jacques Cousteau, foi o conferencista da noite de ontem, no Seminário Internacional Fronteiras do Pensamento.
Oceanógrafo e ambientalista francês, abordou o tema Aventuras no Oceano: do Amazonas à Antártida, no palco da reitoria da Ufrgs, ao lado de Lara Lutzenberger, bióloga, presidente da Fundação Gaia, e filha do ambientalista brasileiro José Lutzenberger.
A bióloga, introduzindo a conferência, afirmou que para lutar por uma causa devemos ter um vínculo emocional com ela, e para construir esse vínculo precisa de interação, conhecimento e enamoramento pela causa.
Jean-Michel lembrou os anos de 1981 a 1983, quando passou 20 meses com seu pai e sua família na Amazônia:
“Quando se olha o Amazonas, que eu chamo de raiz do oceano, vemos que esses rios estão distribuídos em nove países diferentes. O Brasil controla 65% do rio, e 20% da água doce vem de lá”, explicou o francês. Para ele é urgente aprender a gerenciar esses recursos do mesmo modo que se gerencia uma empresa, usufruir dos lucros sem gastar os recursos. “Se você gasta mais que a receita, vai à falência. Neste ponto nos encontramos atualmente. Ninguém quer chegar lá. O Amazonas é um tesouro que vocês têm no país de vocês”, repetiu diversas vezes o conferencista.
Para resumir o legado principal do pai, Jean-Michel contou uma história.
No final da expedição ao Amazonas, nos anos 1980, a família tinha adotado uma ariranha que estava machucada e cuidou dela. A ariranha morou com eles, brincava, era da família, estava tão acostumada aos humanos que precisaram encontrar outro lar para ela antes de irem embora. “Ela fazia bagunça, pulava na nossa cama, na mesa durante o almoço, mas nós a amávamos e foi muito difícil nos separarmos dela”, lembrou o cientista. Quando a separação foi inevitável, ficaram muito tristes, e seu pai lhes disse, depois de um longo silêncio:
“As pessoas protegem aquilo que amam”.
Para ele, isso foi o resumo de como virar o rumo da história, convidando a platéia a pensar nessa possibilidade enquanto exibiu um vídeo sobre as baleias do Havaí.
Respondendo a perguntas do público, Jean-Michel lembrou algumas formas de contribuirmos para a busca de uma sociedade sustentável.
“Nos EUA cada individuo consome de 1.000 a 1.600 sacolas durante um ano. Eu uso a sacola que minha mãe usava. Em alguns lugares, se você leva a mesma sacola recebe 5 centavos, pode melhorar seu padrão de vida e ajuda a diminuir o lixo.
No oceano a tartaruga vai ver sacola de plástico e vai pensar que é uma água viva, vai comer o plástico e vai morrer”, exortou o francês.
Os vídeos exibidos por Jean Michel Cousteau durante sua conferência no Fronteiras do Pensamento e muitos outros estão disponíveis no canal do YouTube da Ocean Futures Society, ONG fundada pelo oceanógrafo, no link: http://www.youtube.com/user/OceanFuturesSociety
Resumo do resumo de Sonia Montaño
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terça-feira, 6 de julho de 2010
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2 comentários:
E, por acaso, algum comentario feito sobre esse desastre ecologico no Golfo do Mexico e suas ramificacoes? Nao posso deixar de notar, com muita ironia, o fato de que apos quase 10 anos de "envolvimento" no Iraq, buscando as Armas de Destruicao em Massa, que nunca existiram, como foi provado, mas sim, o controle do petroleo Iraquiano, que muitos acreditam ter sido a razao principal daquela invasao e tendo como principal aliado Americano , os ingleses, nao deixo de notar, com ironia, como ja mencionei, o fato de que hoje, o petroleo segue jorrando adoidado no Golfo do Mexico, cobrindo as praias de todos os estados do Golfo na America, inclusive no litoral Texano, terra de Busch e Chenney, causados pela BP (British Petroleum).Ironia, nao acham? A proposito, welcome back my dear blogueira.
Oi Laura!Que bom que estás de volta!
Serjão
Eu fico pensando no que pode acontecer com um acidente desses aqui no Brasil e com a Petrobrás tentando tapar um furo desses a mais de 7000 metros.Será que eles serão capazes?Espero que façam essas plataformas do Présal com segurança.A P-36 que foi a maior plataforma de produção de petróleo no mundo afundou em Março de 2001.
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