domingo, 5 de dezembro de 2010

DE PROSA COM A LAVADEIRA

Tava aqui esfregando umas idéias, quarando uns pensamentos, enquanto dipindurava a terceira maquinada:

uma de toalhas, outra de lençóis e agora a roupa da tulha.

Nada é mais lar do que um varal, não é?

Ou: nada é mais doméstico, familiar, do que um varal.

Varal é sinônimo de vida.

Photo by Christoph Otto

Alguém foi lá fora e dipindurou as roupas, enquanto conferia o céu, o sol, e os passarinhos. Ser humano e natureza. E poluição: sabão em pó, energia elétrica. Sim, porque ninguém mais usa tábua de lavar roupa e barra de sabão.

Ninguém se acoca na beira de um riacho, ou do rio, para esfregar e desencardir as roupas. Pelo menos no bairro onde moro.

Sim, o Brasil é grande. O mundo é uma pobreza e existem milhares de lavadeiras agachadas na beira dos igarapés...

Colinas pela blogueira

Mas, to falando do meu quintal.

Um grampinho nesse varal reflexivo: aqui em Lajeado tem a Girando Sol. Bairrista, compro os produtos da empresa. Assim como guaraná da Fruki e bala de goma da Florestal.

Daí que vai... assim ó... bem que o pessoal da Girando podia fazer um calendário só com varais!

Com os meus varais, claro.

Ou, junto com o blog, promover um concurso fotográfico sobre varais. Não seria bem bacana, bem cultural, bem simpático? Um belo marketing, não é?

Leitor, amigo do dono, avise ele, ou ela, por favor.

Photo by Gaspar de Jesus

Voltando aqui pra minha lavanderia: fui pesquisar imagens de varal na internet.

Todo varal lembra casa, gente, trabalho. Por isso existem varais em tudo que é cidade, em todos os lugares desse planeta:

nas montanhas geladas, nos desertos, em alto mar, no alto das árvores, em Jerusalém, na Finlândia, nos Estados Unidos, na China, no Vietnã.

Um dos únicos lugares que não descobri um varal foi em Paris.

Não achei nem uma imagem de varal parisiense na internet.

Não é porque eles não lavam roupa, suponho.

É porque secam nas lavanderias ou dentro dos apartamentos com calefação.

Ao ar livre, as roupas logo sujam dependuradas naquela poluição francesa. Desconfio que eles não vêem nenhum charme em roupas nas janelas dos apes. Franceses de verdade são assim: discretíssimos. E com muito perfume para disfarçar a roupa que secou sem sol. Em compensação, a Itália é o país dos panni stesi.

Varal é uma intervenção poética... nos quintais, nas sacadas, nas cercas. Uma coisa muito feminina e diretamente relacionada a saúde, higiene, bem-estar.

Mas, não deixa de expor as intimidades: o consumo, a moda, as bizarrices dos seus moradores. Sempre acho muito poético um varal, embora, às vezes, se mostrem tristes e solitários. Aí, nada como um pé de vento para encharcar de alegria qualquer varal dessa vida. Talvez foi por isso que tomei emprestada a metáfora do Varal:

para higienizar as idéias, torcer umas críticas, secar ao sol as boas iniciativas.

Bom domingo!

3 comentários:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Obrigado Laura, obrigado mesmo. Encucado estava eu desde que te conheço, ou melhor, desde que passei a visitar o teu varal. Há muitas vezes visitas inconvenientes aos varais, pois deixam o sujeito sem muitas de suas roupas. Como dizia, sou grato por este varal de hoje, vez que ainda não havia compreendido o porquê do teu varal. Aqui confesso que sou burro, mas tenho a pretensão de não aceitar mais burros que eu. E como há gente mais burra do que eu neste imenso litoral norte. Burros mesmo, mas astutos especialmente quando se trata de embolsar o dinheiro do contribuinte. Pra azar deles venho nestes anos fazendo enorme estrago no meio deles. E são destituídos de vergonha mesmo. Em 05 de fevereiro próximo passado postei no “brogui” um texto com o título de “Planeta da Fumaça”. O mesmo foi posado também na minha coluna no www.litoralmania.com.br No dia seguinte alguém da Rede Bunda Suja ligou ao editor do site dizendo que estavam ofendidos com o texto e solicitava fosse tirado do ar. Resposta dada foi a de que fizessem contato comigo. Não fizeram. Mas como dizia no dia 05 de fevereiro, uma sesta-feira ensolarada chegou aos meus ouvidos que um contabilista que fora cabo eleitoral e homem de Deus, pois senhor de uma igreja e ocupante de um maldito CC no legislativo havia se “ausentado” do trabalho à tarde a fim de faturar uma grana extra vendendo estacionamento em Atlântida. Devidamente clicado acabou no blog. Irritado com tanta falta de vergonha, deitei o sarrafo. Título do post foi “Onde é mesmo o cu da mãe”. Como na Fui processado penso que não tenham entendido ou se fizeram de mortos pra ganhar sapato novo. Que raça desgraçada essa de políticos de pequenas cidades. Sei que há destes em todas as cidades, mas aqui abundam.

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Laura e demais leitores sinceramente solicito me desculpem pelos erros de digitação e o erro de ortografia, este terrível. Ao invés de sexta-feira escrevi "sesta-feira".

serjao disse...

Excellent post dear blogueira.Excellent domingo tambem!E hoje, 6 dezembro, a primeira neve (lite) da temporada por aqui (NY).Isso que ainda e outono!Pitoresco...uma mudanca de visual.Hugs.