sábado, 21 de julho de 2012

INVENTANDO AS FÉRIAS


Anna Carolina chegou para as férias de inverno.
É uma época na vida que combina com acordar tarde, luvas e cuecão e soltar o hálito para ver a fumacinha abandonar a alma de dentro da gente - entenderam? E combina com pinhão, claro!

As férias de Anna começaram cedo, porque não pegou recuperação na escola. Viu como vale a pena estudar? – digo sabendo que comigo sempre foi diferente.

Quando eu pensava em passar minhas férias de inverno em Garopaba e  pegar um sol em algum canto de praia, me vejo atrás de programação para ela curtir suas própria férias.

Em Lajeado, já pedalamos aproveitando as tardes mornas de inverno.
Uma conferida à Biblioteca Pública: ela, “Ludi vai à praia”. “O leite derramado”, eu.
Outra tarde no shopping com as amigas. Um cinema.

Um período no Jardim Botânico, que preciso comprar mudas de arvores no horto.
Hora de refazer a agenda – aviso.  Ela sorri, desconfiada.

Piquenique em Arroio do Meio! Quem não gosta? Vamos ao Morro Gaúcho. A gente leva a maquina fotográfica e faz uma trilha. Anna topou.
Outro dia vamos para Encantado visitar a réplica do Santo Sudário na Igreja Matriz. É a única na América Latina, em tamanho original. Daí a gente pode engatar uma conversa sobre a existência de Deus, de Cristo, do Espírito Santo e o sentido da vida.

Aproveitamos que estamos por aquelas bandas, rodamos mais um pouco de carro e seguimos até o Viaduto Treze, o segundo mais alto do mundo, que nunca sei se pertence a Muçum ou a Vespasiano Correa. Antes a gente passa por uma ponte pênsil bem grande na beira da estrada e dá uma caminhada, uma sacudida, se é que ela ainda existe, só para dar cor a nossas emoções. Queres? Sim, ela acha que pode ser  bacana.

Outra tarde ainda podemos ir de bicicleta até Cruzeiro do Sul, costeando o rio. Depois voltamos de carro para não perder as pernas. Anna Carolina desconfia. Não dela, mas da minha artrose nos joelhos.

E ainda tem Estrela! Vamos até a escadaria do Costa - ou do Marinheiro? ou do Preguinho?- esperar o barqueiro e atravessar o rio Taquari de caíco. Pode ser bem emocionante, prometo.  

Sim, ela topa tudo.
O problema sou eu.
Sou boa de dar idéia, mas executar... 
Já é outra agenda.

* Minha crônica nos jornais A Hora do Vale, de Lajeado, e Opinião, de Encantado.

2 comentários:

Anônimo disse...

se todas as avós fossem como tu, os filhos seriam menos filhos da mãe (em todos os sentidos).
parabéns!

Marisa Martins Hadrich disse...

Adorável a crônica.Ja tens neta?Nao e possível!Feliz ela.Abs.Marisa