terça-feira, 27 de dezembro de 2011

OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA: MOSQUITO


"Amilton Alexandre, conhecido como Mosquito, o blogueiro mais polêmico de Santa Catarina, foi encontrado morto em sua casa na quarta-feira (13/12). Segundo a versão da polícia e de alguns amigos, os indícios apontam para suicídio. Ele estava em depressão, respondia a dezenas de processos na Justiça por causa de suas denúncias e enfrentava sérios problemas financeiros.
O blog Tijoladas do Mosquito era um fenômeno de audiência. Para se ter ideia, chegou a ter 70 mil acessos num só dia. Os poderosos do Estado, acostumados com um jornalismo medroso, jornalismo puxa-saco, falsamente equilibrado e independente, viram-se na mira de alguém que, acima de tudo, dizia tudo o que tinha para dizer sem medo e sem nenhuma censura.
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Com esta morte trágica, os corruptos de todas as espécies e de todos os poderes podem estar se sentindo mais aliviados, mas não esqueçam que ele, o Mosquito, – mesmo involuntariamente – assentou vários tijolinhos ao longo de sua militância e desses tijolinhos, quem sabe, um dia, se construa uma imprensa mais indignada, menos hipócrita e mais comprometida com os interesses da maioria da população."


Um comentário:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Reproduzo aqui comentário que postei no meu blog tão logo soube do passamento do Mosquito.

Diz o blogueiro – essa confesso a vocês amigos leitores que me pegou de surpresa. O Amilton tinha uma filha de 11 anos. Era separado de sua esposa. Tinha 52 anos e sérios problemas de saúde. Diabetes e hipertensão o castigavam. Ano passado ele me permitiu em primeira mão em nosso estado colocar no ar o estupro que envolvia um filho de um dos poderosos da RBS, estupro este praticado em Florianópolis. Dei em primeiríssima mão e outros disseram ter tido tal privilégio. Em março último lá na Ilha conversamos numa longa tarde, nos Ingleses. Chovia torrencialmente o que abreviou nossa estada por lá. Depois fui levá-lo ao centro e ao encontro dele veio um mais do que amigo dele, um amigão, médico que o levou à sua camioneta onde lhe entregou um pacote com medicamentos de uso contínuo necessários à manutenção de sua saúde. Era querido naquela cidade, exceto os bandidos de colarinho e gravata. Esses o odiavam, mas o resto dos Manézinhos da Ilha (gentílico pelo qual são tratados os que habitam a cidade de Floriano) povo de lá o queria bem. Estivemos mais uma vez juntos quando do lançamento do livro sobre o Coojornal na AL. Lembro que foi em junho, pois alguns dias depois completaria meus 67 anos. Lembro por que conversei com o Olívio Dutra, lá presente e que embora com poucos anos a mais do que eu aniversaria no mesmo dia, 10 de junho. O Mosquito me avisou do evento e me convocou para estar presente. Depois do evento jantamos juntos e o deixei no Hotel Pampa, hotel de um velho amigo, o Delegado de Polícia Paulo Roberto Pardelhas. Não mais o vi. Que Deus o receba e lhe reserve um lugar no espaço dedicado aos honestos e retos.