photo by Andre Cypriano
É um dia dedicado à reflexão acerca da importância da cultura e do povo africano na sociedade brasileira. A data foi escolhida em homenagem ao Zumbi dos Palmares que morreu nesse dia, em 1695. Líder do quilombo dos Palmares, considerado um herói, na resistência bravia contra a escravidão.
Segundo pesquisadores, Zumbi nasceu em 1655 e descendia de guerreiros angolanos.
“Graças ao renascimento dos movimentos negros a partir da década de 70, o centenário da abolição em 1988 representou um momento de reflexão crítica, e não mais uma celebração ufanista.
“Eles [os movimentos negros a partir da década de 70] conseguiram emplacar como a data maior da negritude brasileira, não a data da Lei Áurea, mas a da morte de Zumbi, o líder do quilombo dos Palmares.
O 20 de Novembro ressignificou o calendário nacional, ganhando adeptos além das hostes negras. Por outro lado, no curso de uma geração, pode-se perceber um importante movimento de descolonização das mentes dos negros, que hoje assumem com mais orgulho sua cor e suas origens”.
“(...) Se o Brasil aprendeu a não ter vergonha do lado negro de sua cultura, se o samba virou símbolo de identidade nacional, não aconteceu, em paralelo, um esforço do País em promover social e economicamente seus cidadãos negros e mestiços. Repetidas avaliações dos indicadores sociais demonstram que pretos e pardos — as categorias que o censo identifica como afro-descendentes — estão defasados em relação aos brancos nos índices de distribuição de renda, emprego, educação e saúde.”
"O racismo, então, permanece um fenômeno arraigado na sociedade brasileira. (...) A imensa maioria negra permanece "em seu lugar". São raros os rostos negros nos altos escalões do poder político e econômico. (...) Nos poderes executivos, a situação é ainda mais crítica."
"Não é que não tenhamos experimentado progresso. O problema é que os negros têm progredido menos. Têm hoje mais escolaridade do que há 30 anos, mas continuam tendo menos que os brancos. Alcançaram posições mais altas na estrutura de trabalho, mas ganham menos do que os brancos em ocupações semelhantes".
"O discurso e o fenômeno da miscigenação não resolveu o problema racial brasileiro, e em grande medida até mascarou-o e, de alguma forma, agravou-o. (...) Talvez o dilema da nova era seja o de buscar o ponto em que mestiçagem e negritude se encontram para constituir uma força capaz de mudar a história. Temos potencial para isso no País, porque as relações entre negros, mestiços e brancos ainda não alcançaram um nível de conflito insuportável. Mas não há tempo a perder."
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