segunda-feira, 28 de novembro de 2011

4º MISSISSIPPI DELTA BLUES FESTIVAL


Neste findi, aqui pertinho, em Caxias do Sul, rolou o maior encontro de bluseiros do país. Sim, talvez a vocação cultural de Caxias não seja mais só a Festa da Uva.  Tudo indica que também passa a se chamar “Capital Brasileira do Blues”. Dizem que é mérito do proprietário do Mississipi Delta Blues Bar, que mesmo perdendo, empatando, não desistiu do festival. Mais de duas mil pessoas, por noite, curtiram o festerê azul no largo bacana da Estação Férrea.
 Jones Fiegenbaum, da banda Just Blues de Lajeado,  acompanhou as três noite entusiasmado com o que viu e ouviu:

@ “Estamos na 4ª edição do MDBF (Mississippi Delta Blues Festival), e como não podia ser diferente a primeira noite se mostrou bem promissora. Comparado com a edição do ano passado percebemos um número maior de pessoas circulando na noite de quinta-feira. (...)

A primeira atração internacional do evento foi Tia Carroll (USA) acompanhado da Igor Prado Band (SP). Bom... aqui faltam palavras, soul de primeira qualidade, com pitadas de blues... A presença de palco, dançando cantando, mexendo com o público, um carisma e simpatia sem igual... Pra mim a melhor apresentação do primeiro dia. (...)

As interpretações de Etta James foram um show a parte, achei que nunca ouviria At Last ao vivo, mas ouvi, numa interpretação única, magistral e ímpar. Se alguém se arrisca a cantar esse som, é porque sabe o que está fazendo e Tia Carrol sabia!!!  Claro, tudo isso foi possível porque o pessoal da Igor Prado Band fizeram uma ótima cama, seguraram o show com muito swing e malevolência, fazendo um show a parte.”
@ “Vamos ao segundo dia do MDBF, e as coisas bacanas que aconteceram por Caxias... (...) Na sequencia um show super aguardado Bob Stroger, baixista, lenda viva do blues, gravou com Muddy Waters entre outros, é da geração old school do blues americano. Muito carismático, tocou baixo, cantou e no alto dos seus 82 anos, pegou o microfone e foi dar uma volta entre o público levando todas a loucura. (...)
Jones e  Flávio Guimarães, da banda carioca Blues Etílicos,  pioneiro da gaita blues no Brasil. 


O segundo dia foi interessante, participei do workshop do Big Gilson,falando de guitarra slide, algumas dicas bem interessantes, mas eu não vou falar pois quem quiser saber tem que vir ano que vem, certo?”
 3ª NOITE
Também passei no festival. E adorei tudo. Inclusive tropeçar nos trilhos de trens... A foto acima mostra uma das jam sessions que rolava nos bares. Esta é no próprio Mississipi bar, a origem do festival.

 Aqui, na rua, no palco do bar Vesúvio. Tudo no largo da Estação. Fiquei pensando o porquê de Lajeado nunca “inventar” um evento cultural grandioso. Em qualquer área...  Teatral, plásticas, musical. Talvez nossa vocação seja natalina mesmo com show do padre Fabio de Melo...
 Em Caxias, no palco principal, o americano Rick Estrin & The Nightcats  encerrou a 3ª noite do Festival e botou a galera pra urrar... O show foi algo!  Carismático, estiloso, Rick Estrin, 62 anos,  e sua harmônica fizeram acontecer.  Acompanhado do batera J. Hansem, mais o guita Kid Andersen  e o baixista Lorenzo Farrell, arrepiaram no palco, num show magnético. Nem sei como descrever... 

 
Tudo chamou atenção no festival, mas aquele momento em que Andersen faz um performático acorde de guitarra  de costas para a platéia, com o instrumento sobre o pescoço, acompanhado por Lorenzo no rabecão, levantou o povo das cadeiras.

 Mais tarde, a fila de autógrafos foi grande e o americano Rick Estrin não se furtou a poses e abraços, na maior simpatia. Foi idolatrado, afinal é considerado um dos maiores cantores de blues e tocador de harmônica do mundo. 

Em outro momento da última noite, até uma tarantela rock’n'roll  pintou no palco por conta da banda Blackbirds, alucinando os gringos. E nós também. 
 Pra lavar a alma de novo, agora só em 2012.
Guma, baxista da Just Blues, dando o recado para a galera.

2 comentários:

Falando de Rock disse...

Que maravilha! Um dia ainda vou conseguir ir a esse Festival! Espero que seja no ano que vem! Parabéns ao Jones, um dos maiores, sençao o maior, divulgador do estilo aqui no vale. Pudera, com feras como essas que ele ouve e assiste, inspiração jamais será um problema. Por isso a Just Blues também é o que é. E certeza que irá mais longe. Abração!

Jones Fiegenbaum disse...

Laura, ficou muito bom o texto, bem costurado, com o conteúdo que precisa ter. E o melhor de tudo, tu conseguiu tirar uma foto com o pessoal com os instrumentos nas costas, eu tava falando isso pra todos e não tinha registro. Ano que vem tem de novo, que bom! Todos lá