segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

É PROIBIDO PROIBIR?

Encerrou a enquete deste mês. Turma dos que proíbem versus a turma dos que liberam. Selecionei algumas opiniões...



Liberação da maconha (40 votos)

“A causa da descriminalização ganhou agora um aliado de peso. Em fevereiro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu a tese na reunião da Comissão Latino-Americana Sobre Drogas e Democracia. FHC afirmou que "é preciso começar a avaliar a conveniência de descriminalizar o porte da maconha para o consumo pessoal. Isso já está sendo na prática feito em muitos países”. Sem deixar de enfatizar que considera danoso o uso da droga.” Revista Trip


Liberação das drogas em geral (11 votos)

“Vamos ver a trajetória da maconha nos Estados Unidos. Na década dos 50, quando era fumada pelos jovens negros, era apontada como um fator de violência. Quando na década dos 60 ela atinge a classe média, passa a ser acusada não mais de estimular a violência e o crime, mas de elevar a passividade e a alienação.
Enquanto se tratava de uma coisa das classes dominadas, era um perigo de vida. Quando se tratava das classes dominantes, era um perigo de não-continuidade.



Por aí você vê que as drogas são uma metáfora do controle das populações mais pobres. Não há grandes restrições ao consumo de drogas entre os milionários. Não ameaça tanto a sociedade. O crack, por exemplo, é uma maneira de controlar a população negra e pobre.

Fui no presídio Evaristo da Veiga: 60% dos presos são jovens, negros, quase todos condenados por tráfico de drogas. Se você examinar, essas pessoas não são os traficantes - o que supõe uma sofisticação organizativa, recursos financeiros etc, quando esses caras não têm dinheiro nem para advogado. Não quero dizer que a droga seja apenas um elemento da luta de classes. O uso da droga é uma ameaça à razão, a um tipo de raciocínio que pode ser subvertido.
(...)
Isso que eles dizem: "Vocês querem liberar as drogas e todo mundo vai usar..." Falta dizer que todo mundo já usa! Raciocinam como se tivéssemos de um lado um mundo sem drogas e de outro, um mundo com drogas, e se liberar, todos usarão.


Fernando Gabeira
http://www.gabeira.com.br/todas-entrevistas/141-algumas-palavras-sobre-o-pv



Proibição do álcool (5 votos)

“Aquele drinque que você tomou nos primeiros 30 minutos de papo com a turma foi sem dúvida agradável, relaxante, um senhor bem-estar. Não é à toa que classificam o álcool como um lubrificante social. Porém, sabemos que mais drinques podem fazer com que aquele sentimento de prazer comece a minguar. E não apenas isso: fazer com que tudo vire de cabeça para baixo. O que era prazer vira tensão e você agora precisa livrar-se dela.



Temos aqui o depoimento do neurobiólogo George Koob sobre as mudanças que o álcool promove em nosso cérebro.

Koob é presidente do Comitê de Neurobiologia das Desordens da Dependência, no Instituto de Pesquisa Scripps, em La Jolla, San Diego, EUA, e professor adjunto de psicologia, psiquiatria e farmácia da Universidade da Califórnia, também em San Diego. Há 30 anos estuda a dependência às drogas e ao álcool: “A ação do álcool no cérebro é mais complexa do que qualquer outra droga.”
(...)
Escrevo sobre bebidas alcoólicas. E não posso esquecer que o álcool é um poderoso intoxicante. Não podemos virar o rosto e ficar apenas como observadoras, sacudindo os ombros como quem não tem nada com os problemas causados pelo álcool. Beber é muito bom, mas vamos ficando naqueles poucos drinques e ir pra casa de carona mesmo, de cara limpa. Queremos ter prazer com a bebida e conviver em paz com as pessoas. Não vamos perder isso, não é?

Vamos beber? Então, vamos pensar duas vezes."

Sonia Melier
jornalista
http://www.bolsademulher.com/



Proibição de todas as drogas (44 votos)

“E por que não podemos liberar tudo de uma vez?
Temos de liberar todas as drogas.


No momento em que liberarmos, acabará o tráfico. Ele simplesmente não vai mais precisar de armas, nada disso.

As drogas seriam vendidas em qualquer lugar, e o consumidor saberia exatamente o que ele está usando, como vocês têm na embalagem de cigarro os avisos de todas as substâncias que o produto contém. Os governos deram às polícias a missão de proteger os adultos de si próprios. Isso não faz sentido. Não funcionou com o álcool, e nós levamos 30 anos para perceber isso. Na hora em que legalizamos o álcool, acabou o crime provocado pelo álcool.”

Jack Cole
Policial americano infiltrado em grupos de traficantes de Nova Jersey durante 14 anos.
Revista Época



Proibição de propaganda de cerveja na tevê (30 votos)

“Pense num comercial de cerveja. É alegre, cheio de pessoas bonitas e sorridentes em clima de festa. O
marketing vende uma imagem positiva da bebida. Depois de assistir à propaganda, a criança associa a cerveja à alegria.
Acha legal toda aquela gente reunida, com os copos nas mãos. Assim como uma cena triste a emociona, a cena alegre a deixa feliz. Desperta a vontade de viver aquela alegria.A criança não estabelece uma avaliação crítica do que vê na telinha. Do seu ângulo – assiste dentro de casa, nos seus aposentos -, acha tudo absolutamente natural. (...)


Nos eventos sociais, limita-se a tomar refrigerante – cerveja é para gente grande! Ela não vê outras crianças bebendo na televisão.
Fica dentro dela a seguinte idéia: quando eu crescer, vou tomar cerveja. Como se tomar cerveja fizesse parte natural do crescimento.
Os anúncios vistos pelas crianças ficam gravados como vontades adormecidas, que serão despertadas na adolescência.

Desse modo, começa a formação de opinião sobre a cerveja. A criança recebe e engole esses elementos, que no futuro despertarão para fazê-la sentir-se seduzida pela bebida.A paquera já começou. (com a bebida)Muito raramente a criança associa a cerveja com bebidas que provocam alcoolismo, embriaguez, um problema que ela pode ver em alguns filmes, mas raramente nos comerciais. Em geral, não raciocina tendo em vista as conseqüências.”


Içami Tiba
Psiquiatra, autor de “Quem ama Educa”
http://64.233.163.132/search?q=cache:6RKLdxG3zVIJ:www.sul-sc.com.br/afolha/pag/lenta_sedu_drogas.htm+Proibi%C3%A7%C3%A3o+de+propaganda+de+cerveja+na+tev%C3%AA&cd=47&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=brr



Liberação das camas de bronzeamento artificial (19 votos)

“Fui casada com um e posso dizer qur político só mente. Mais grave que bronzeamento artificial só os políticos brasileiros.


Esses sim podem causar câncer.”
Renata Banhara

ex do vice-prefeito de São Bernardo do Campo, Frank Aguiar, ptb.
Revista Veja

Agradeço a todos que votaram!








O espaço em branco dêem por conta da tecnologia falha...

















8 comentários:

Luís Galileu G. Tonelli disse...

Laura,

Não posso concordar com a liberação de qualquer tipo de droga. Acredito que não será bom para ninguém isso. Mesmo lícitas drogas como o álcool e o cigarro continuam vitimando pessoas. Em meio a campanhas louvaveis levadas a cabo em estados como RJ e SP proibindo o fumo em ambientes fechados, seria um retrocesso a liberação de outras drogas.

Imaginem seus filhos transitando em meio a pessoas consumindo crack na rua. Tenho certeza de que nenhum de nós quer isso para seus filhos. Se não o queremos para nós, porque permetir a outros?

Temos que ampliar nas escolas os programas de combate a todas as drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas. Orientar e não permitir que venham se alienar.

Acho que o fato de discutirmos a liberação já é um retrocesso no que diz respeito as campanhas de combate as drogas.

Foguinho disse...

Oi Laura!
Diz para o reacionário aí em cima que as pessoas já estão consumindo o crack na frente dos filhos dele.O problema maior não é a degradação que o crack causa ao seu usuário no sentido moral,intelectual,físico... etc...etc...O pior é o que o sujeito é capaz de fazer para continuar consumindo a droga.
Se não fosse proibido ninguém traficaria essa porcaria!Simplesmente porque não haveria lucro nenhum em vendê-lo.E também todos saberiam antes dessa campanha contra o crack, porque não usá-lo.Sobraria muita grana para "informação" dessa garotada que os pais acham que não convívem diariamente com todas as drogas e morrem de curiosidade para usá-las para saber qual o efeito delas.Quanto maior o mistério e o perigo mais fascinante é o desafio para um adolescente.Portanto liberem todas as drogas e "informem" os danos.
Se o sujeito quer se drogar não é a proibição das drogas que evita que isso ocorra.
Um abração!

Anônimo disse...

Luis está absolutamente correto em tudo que escreveu...
Políticos que vislumbram leis para liberação de drogas com intuito de acabar com os traficantes , vivem
em boas casas , cercadas e seguras , ganham (roubam) muito bem e suas famílias estão bem empregadas e sem risco algum...
Os traficantes profissionais não usam e não deixam seus filhos usarem droga alguma...
Tremenda idiotice sequer sonhar em liberar qualquer tipo de droga..
Para acabar com o tráfico tinha primeiro que meter usuários em cadeiões , aí acaba..
Mas prá bagunçar mais ainda ,chamam no Brasil, usuário de doente..
Doente é outra coisa..
Drogado é vagabundo e sem vergonha alguma do que faz e a ele apenas importa sua onda diária , nada mais..

Anônimo disse...

concordo com Foguinho! abaixo aos reacionários de plantão!

Luís Galileu G. Tonelli disse...

Eu, como disse em post anterior, acho muito mais interessante não rotularmos ninguém e debatermos idéias e não pessoas.

Achar que vão parar de lucrar com a droga é um sonho. Veja as grandes empresas tabagistas do mundo, lucros enormes, cada vez maiores. Temos uma aqui na vizinhança que está de mudança para outro estado visando aumentar ainda mais o lucro. A certeza é que o lucro do tráfico pode ser "fichinha" perto do que as empresas que vão encampar a idéia de liberar receberam. O lucro apenas troca de mão.

Sem contar que na sequência teremos quem sabe, comerciais incentivando o consumo de crack, maconha, cocaína, etc. Na TV, rádio, jornal e por aí vai. Ao lado da coluna da nossa anfitriã Laura um anúncio sobre como faz bem o consumo de cocaína.

Eu vou sempre ser contra a legalização de qualquer mal. Como disse e repito, meu trabalho é estar ao lado dos jovens e não posso me imaginar apoiando uma medida que possa contribuir para a ruína do futuro deles.

Luís Galileu

Lauro Dieckmann disse...

puxa, eu perdi essa votação. agora só me resta votar na yeda e na dilma...pqp

Anônimo disse...

Tonelli, um ditador.
"Se não o queremos para nós, porque permetir a outros?" - quer algo mais reacionário e ditatorial do que essa frase? sei lá quem é essa pessoa, tão anônima quanto eu.
Mas ele quer que os outros façam como ele. está ali escritos. explícito. Mas pode ser que eu queira que ele faça como eu quero... e aí seu Tonelli? vai gostar?
bem e mal... ele acha que isso existe. como diria uma outra reacionária: tenho medo. tenho muito medo.

Luís Galileu G. Tonelli disse...

Não te entendi. Mas no quesito drogas são inúmeras as comprovações e malefícios das mesmas. Tanto lícitas quanto ilícitas, não discrimino. Por viver numa sociedade com regras e algumas necessárias para coibir abusos, outras para proteger. A não liberação é uma forma de proteger as pessoas de si mesmas e seus desejos desgarrados. Se as drogas matam, comprovadamente, liberá-las é permitir, de certa forma, a eutanásia. Mas uma lenta e cara, para a sociedade.