quinta-feira, 28 de outubro de 2010

DESENHO, DESÍGNIO DESIR


Desenho, conforme algumas definições, está associado à palavra e ao significado de desígino. Gostaria de aproximá-lo de outra palavra: desejo, e a partir disto, propor um convite para conhecermos os desenhos de Desirée.

O desejo, já entendido como uma ação que se projeta na direção de um objetivo explica uma pequena parte do seu empenho. Primeiro em desenhar e segundo em propor um espaço no qual as reflexões sobre cultura possam ocorrer. Este tipo de proposta tem bons exemplos em Porto Alegre: desde o saudoso Torreão, passando pelo Studio Clio e nos novos e atuantes Subterrânea e Jabutipe. Em todos encontramos a vontade de concretizar um espaço onde os sonhos possam pousar e que índices desses sonhos possam ser apreendidos, gerando novas reflexões. Este tipo de proposta deve ser recebida com carinho, pois são um exemplo de generosidade decorrente de iniciativas privadas, mas voltadas para o público.

Juntemos a isso, a oportunidade de conhecermos um pouco dos desenhos de Desirée, na exposição que inaugurará seu espaço. Conhecer um pouco, porque são muitos desenhos e muitas as possibilidades de entendermos uma obra de arte. No caso dos seus desenhos, todos têm um componente admirável. São “ bordados” de pequenas formas lineares, que surgem como um alfabeto interminável, e com o qual Desirée tem uma intimidade incrível, como se convivesse com este alfabeto, sempre renovável, desde sempre. Esta é uma característica buscada por todos que fazem arte.

Conseguir criar algo que funcione como uma extensão do que somos. Quem conhece Desirée pessoalmente, e a mais tempo concordará comigo. Eu, que não a conheço muito, só posso falar de seus desenhos. E acho que desenho e Desirée tem tudo a ver.

RENATO GARCIA

Graduado em Desenho pela UFRGS onde também concluiu o Mestrado em Poéticas Visuais. É Instrutor no Atelier Livre de Porto Alegre e Professor do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da ULBRA. Foi jurado do Prêmio Açorianos de Artes Visuais em 2010.



4 comentários:

Silvane Isse disse...

O trabalho da Desi expressa a sensibilidade e a intensidade com que se coloca diante da vida. Foge ao linear, ao convencional, ao comum, provocando, através de suas imagens, a desestabilização tão necessária ao movimento da vida. Apreciar suas obras é uma interessante experiência estética.
Imperdível!!!!

Angelica disse...

Quem conheceu a Desi desde os tempos de escola sabe o quanto a arte sempre esteve imanente em sua vida: o olhar sensível, a delicadeza dos gestos, a suavidade das formas, o pensamento inventivo.

Desi, fico emocionada ao ler o texto do Renato Garcia e vibrando ao ver a tua arte e tu (desenho e desirée) voar em uma vassoura de bruxa.

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Laura nada entendo de desenho, mas tomo a liberdade de expressar o que sinto ao ler não só o post como os dois comentários. Não temos nenhum anônimo e isto é bom a meu juízo.
Mas o mais importante que observei é que o vocábulo "design" de uso comum e impróprio ou inconveniente em minha ótica aqui não teve espaço.
Fico feliz em observar que ainda há pessoas que pensam e não só os boçais que para parecerem cultos volta e meia enxertam um vocábulo em inglês nos seus textos. Hoje durmo mais feliz.

Anônimo disse...

Sr. Loefler

Com todo respeito ao senhor , anônimos podem contribuir muito e aqui alguns o fazem de maneira educada e outros não..
Todos são iguais perante a lei e usar o anonimato com educação e agregando algo de bom , não é desajuizado tampouco proibido.
Uns usam pseudônimo , seu nome verdadeiro , e outros apenas querem dar sua opinião e pouco se importam com seu nome na autoria..
Rotular sim é coisa retrógada..Aqui deve-se se debater idéias apenas e cabe a quem estiver em descordo , ir direto em quem o ofendeu e pedir tréplica ,mas rotular não é nada democrático...