Quando terminou o feriadão de Páscoa, as tristes estatísticas rodoviárias: só nas estradas federais foram 175 mortes e 2.274 feridos. No estado 31 pessoas perderam a vida e 4.714 condutores foram multados. Desses, 1.142 por excesso de velocidade, 640 por ultrapassagens proibidas, 565 por não usarem o cinto de segurança e outros 60 por embriaguez. Um verdadeiro Haceldama como diz a Bíblia, só que em campo brasileiro.
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Pressa. Desatenção. Bebedeiras.
Mas, há quem diga que a frota de veículos aumentou escancaradamente, enquanto as estradas continuam as mesmas.
Dizem também que no volante perdemos nossa identidade humana e assumimos a de predadores bestiais.
Eu não digo nada. Só observo de cantinho...
De um lado, as divertidas e sensuais publicidades das grandes cervejarias: beba com moderação. Mas, beba! Do outro, a Lei Seca.
E na esquina, postos de gasolina vendendo bebida alcoólica.
O mesmo com a Campanha do Desarmamento:
De um lado, a bandidagem cada vez mais fortemente armada.
Do outro, o cidadão cada vez mais desamparado.
E na esquina, a Polícia mal equipada. E mal paga.
Assim podemos seguir traçando paralelos sobre o Meio Ambiente, Cultura, Obras, Saúde, enfim. A moral de cueca. E as cuecas esfarrapadas e sujas.
É o nosso mundinho Fábula de Esopo: de manhã, missa. De noite, espíritos imundos.
Ou coisa que valha.
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Dias desses, saindo de um restaurante em Estrela, vi um homem de 60 anos, ou mais, jogar na calçada a bituca do cigarro. Ao seu lado, uma lixeira. Do outro, o neto.
É tão pouco? Mas faz tanta diferença. Lixo no lixo, não dirigir quando beber, apagar a luz quando... Até posso ouvir meu pai:
- Primeiro os mais velhos...
- Fecha a porta do armário!
- Antes lava as mãos.
- Respeita tua professora!
- Escova os dentes agora.
Educação vem de casa. E se não vem acabamos nos deparando com a face monstruosa da humanidade. Essa que nos rodeia e que mata no trânsito, mata nas sinaleiras, mata nas escolas.
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À propósito: minha solidariedade à Fazenda Vilanova, em situação de emergência devido ao temporal da semana passada. Como o prefeito, a descrença na Defesa Civil: “Receberemos o dinheiro depois que tivermos reconstruído toda a cidade.”
Se receberem.
Se.
* Minha crônica nos jornais Opinião, A Hora e http://www.regiaodosvales.com.br/noticia/noticia.php?id=32650
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