1 Dias desses meu sobrinho foi ao cinema.
Quando saiu esqueceu o kindle. Como estava no aeroporto de Porto Alegre
embarcando, ligou para a mãe em Florianópolis e pediu para ela entrar em
contato com o cinema.
Assim fez ela.
A moça do cinema disse que a sala estava
lotada e só podia verificar no termino da sessão.
A mãe insistiu: justamente
por isso. Vão levar o kindle.
A moça se rendeu ao apelo maternal.
Meia hora depois minha cunhada ligou de novo.
A moça disse
que o kindle estava realmente lá e que ela guardaria o kindle até que alguém
fosse buscar.
Nesse meio tempo o meu sobrinho já tinha desconectada a
senha do kindle. Se alguém levasse não poderia usar. E para que serve um kindle
sem senha, não é mesmo?
O fato aconteceu no cinema do shopping Moinhos de Vento.
2 Meu sobrinho pensou
que por ser um shopping de classe A, a pessoa que encontraria o kindle,
devolveria.
Eu penso que, muitas vezes, as pessoas da classe A roubaram tanto na
vida para alcançar o status classe A que não hesitariam em afanar um kindle.
Estão aí os políticos que assinam embaixo do que estou dizendo. E muitos
empreiteiros, funcionários públicos, etc. Não estou disseminando nada de novo.
Depois que minha cunhada contou o episódio, não resisti e
sussurrei:
- E o que é um kindle?
- É um aparelho para ler livro eletronico.
- Ahhhhhhhhhhhhh... Então ta.
3 Fui pesquisar. “É o segundo tablet mais vendido do mundo, perdendo só para
o iPad.” Parei por aqui.
Literalmente
parei há muito tempo.
E não foi por causa da artrose nos dedos ou da
epicondilite em ambos os cotovelos.
Não consigo mais acompanhar tanta evolução
e tanto consumo.
Desde que o cd entrou em recesso e que qualquer um baixa
musica da internet, armazenando no pen-drive, parei. Ate porque “armazenar”
ainda me lembra secos e molhados, alpaca ao lado das lingüiças e das bacias de
alumínio.
Sim, não sei baixar musica nem filme.
Não tenho ipode, ipad, ipqp.
E
meu celular é para me despreocupar com a vida dos filhos.
Minha câmera
fotográfica só fotografa. Mas o meu tênis não dá chulé.
E ainda sou do tempo
jurássico de ler jornal de manhã cedo sujando as mãos de tinta enquanto
equilibro uma xícara de café que só serve para se beber café.
Kindle? Só
conheço o kinder ovo. Aquele das surpresas inexpressíveis.
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