@ “A pior coisa que o proprietário de um
apartamento com sacada pode fazer, é fechar a mesma com vidro, sem investigar
primeiro as conseqüências energéticas desta decisão. Com exceção da orientação
sul, o clima de Lajeado, no verão e também em outros períodos quentes do ano,
torna estes espaços envidraçados (sem proteção solar)em verdadeiras estufas.
Como consequência, a conta do ar condicionado aumenta significativamente nestes
apartamentos.
Para
quem deseja testar: desligue
o ar condicionado durante as horas que o sol estiver incidindo no vidro de sua
sacada e coloque um termômetro para ver a mesma passar dos 50 graus
centígrados. Não esqueça da toalha também para fazer uma sauna!
O desperdício
de energia e de dinheiro que a falta de conhecimentos científicos nesta área
resulta, é sentido no bolso do usuário e na sobrecarga de demanda de energia
elétrica, mas as pessoas não se dão conta do porquê.
As
pessoas reclamam da falta de espaços verdes nas cidades, mas os donos de
apartamentos com sacadas, infelizmente são os primeiros a se desfazer delas
quando o arquiteto cria estes espaços.
As
sacadas poderiam ser uma oportunidade para que o usuário possa ter belos
espaços verdes na privacidade de seu lar. Além do sombreamento que as sacadas
proporcionam aos espaços internos no verão, as mesmas criam justamente a
extensão externa de integração da área particular para a pública e uma
oportunidade para as pessoas cultivarem plantas e desfrutarem de uma área
particular ao ar livre.
Além da
sobra, as plantas ajudam a purificar o ar e podem produzir flor e frutos bem na
sua sacada, que por sua vez atraem abelhas, borboletas e passarinhos.
Eu mesma
tenho vários vasos com palmeiras, plantas medicinais e ervas em minha sacada. E
não falta também um recipiente para os passarinhos virem beber água.
A sacada
é o meu lugar preferido para sentar de manhãzinha sob os primeiros raios de
sol, para meditar, tomar o meu chimarrão, uma xícara de chá ou o café da
manhã.” Elisabeth Nonnenmacher, Mestre em Arquitetura com tese em
sustentabilidade.
2 comentários:
Acho interessante o artigo, porém ao invés de criticar a ignorância, deveria ser avaliado o seguinte: qual o valor do metro quadrado em nossa cidade? Quantas pessoas "podem" deixar a sacada aberta para ocupar quase nunca?
Existem opções para sacadas como o vidro duplo, inclusive uma empresa de nossa cidade produz. Não é satisfatória a contrariedade ao vidro, mas sim a forma como é utilizado.
Anônimo,
Se você ler o artigo novamente , notará já no primeiro parágrafo, que o objetivo não é criticar a ignorância das pessoas mas chamar a atenção das origens de problemas energéticos e apontar que existem soluções. Meu artigo não visa excluir o uso do vidro mas, justamente como você mesmo reconhece, apontar a forma apropriada de uso para os materiais.
Os problemas energéticos nas edificações têm origens na FORMA como estas são projetadas e nos materias utilizados em determinadas orietações solares. Com o mesmo dinheiro e a mesma metragem quadrada podemos projetar algo que funcione ou não. Mas para isso, precisamos conhecer as condições locais para se fazer o “melhor uso dos materiais certos para a orientação solar correta”.
Mesmo o vidro duplo, triplo, tinto ou espelhado tem limitações de conforto térmico dependendo do clima e orientação solar em que é aplicado. Isso está testado e comprovado por longa data de estudos.
Eu faço amplo uso do vidro em meus projetos, mas na orientação correta para cada tipo de clima.
O objetivo maior do artigo é mostrar que podemos racionar energia, integrando nossas vidas com a natureza através de design apropriado para tal.
O usuário paga o metro quadrado de construção uma vez. Já o preço da sobrecarga de energia de um imóvel que funcione com uma estufa, torna as pessoas escravas de uma dívida em constantes aumentos, que se estende para a vida útil do imóvel.
Além disso, o número de apartamentos com esta sobrecarga energética, contribui para a sobrecarga energética de toda a cidade.
As sacadas (abertas) funcionam como "sombreiros", que ajudam a climatizar o interior dos prédios nas estações quentes.
O que cada pessoas faz com estes espaços abertos, fica na imaginação e desejo de seus usuários e na qualidade de vida que procuram ter.
Apontei algumas sugestões apenas. Mas, acredito que não faltem arquitetos habilitados em Lajeado para assitir o público para fazer melhor uso destes espaços.
Cordiais saudações,
Elisabeth Nonnenmacher
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