quinta-feira, 27 de novembro de 2008

FILOSOFIA DO CÁLICE CHEIO...

Solidão...

Trocava as pernas por aí, quando vi uma senhora, com uniforme de uma empresa de limpeza. Uma senhora de cabelos brancos, de estatura baixa, arqueada pelas dores da vida. E antes que você pense que dores?

Filha drogada, neto michê, marido desempregado, filho enterrado, despensa vazia, radio sem pilha para ouvir o Renato Worm. E, sentada na sombra do grande prédio, onde muito provável trabalhava, naquele intervalo da tarde, fumava seu cigarrinho.
Sozinha. Ninguém para aporrinhar.
Faltam moedas, não para o cigarro.

No valão do Canal, embaixo de uma árvore, um mendigo, bebia.
Sozinho. Ninguém para aporrinhar.
Falta telhado, não para o álcool.

Foi a inspiração para a enquete ao lado, encerrada hoje.

A gente sabe que na era do celular, ninguém fica só.
Televisão? Gato? Jornal? Baseado? Ipod? Papagaio? Internet?
Pseudo acompanhamentos...
Um véu para a solidão.


Não deu outra: o cão.
60 votos.
Solidário, alegre ou calado, submisso, bom de confidência, pouco exigente.

Confesso: não foi o meu voto.

Será que a solidão não alcança sua dimensão mais real na multidão?

179 votos...
O livro, a leitura, assegura o auto-conhecimento de 46 leitores.
O cigarro, a fumaça, preenche o vazio de 29 indivíduos.
Um cálice, um vinho, ameniza o olhar de 23 amantes.
Um violão, a música, inspira os sentimentos de 21 poetas.

Solidão, a gente traz na alma.

Faz parte do dna.


Amanhã uma nova enquete...
Mas, enquanto você aguarda passa no LE CAFFE e confira a exposição fotográfica da turma da Carol e do Heinz sobre o "mundo cão".

2 comentários:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Nós temosa a Pinga que não é que parece ser. Ela tem oito anos, é da raça Pinscher e pretence ao Christian, nosso filho menor, digo mais jovem, vez que com somente com 30anos.
Pois a Pinga é uma companheira extrardinária. Gosta de colo como poucos animais. Quando chegamos trata de subir numa cadeira onde se apoia no enscoto a fim de beijar e ser beijada.
Quandode alguém se aproxima, "fala" uaf,uaf, o que signifca que está a pedir colo.
Por esta e outras razãos votei no cã sem a menor dúvida.
O fiz pensando nela que tem conmportamento quase humano.

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Lady Laura ao retornar ao meu recanto de trabalho, vi na tela do NB que haviam sido aprovados dois comentários que havia feito fazia pouco.
Então reli o texto que fora postado e nele encontrei o vocábulo "michê". Ao perceber a presença do mesmo, sorri. Ocorre que já fazia muitos anos que não ouvia ou via o mesmo escrito. Não que sejamos velhos, somos nós eternos jovens, pois nossas cabeças assim permanecem embora nossos surrados corpos por vezes nos deixem em maus lençóis. Já estou aposentado faz 15 anos e quando deixei o serviço público, este vocábulo já caira em desuso.
Pelo que pude depreender do texto, referido vocábulo voltou à moda, só que agora definindo jovens do sexo masculino que se prostituem.
Onde vamos parar?
Uma mulher na cama só mesmo com entrega mútua, caso contrário é uma merda. Lembro que na velha Roma os "nobres" promoviam festas com comilança que duravam dias.
Enchiam o pandulho e depois, iam ao vomitorio/ium, de onde deriva vomitório e ali um criado lhes introduzia na goela uma pena de ganso a fim de provocar o vômito.
Esvaziado o bucho, o "nobre" senhor lavava a boca com água perfumada com sais e voltava à comilança ou mandava que lhe trouxessem um "efebo", ao qual sem a menor cerimônia “traçava” na frente de todos e então a festa estava encerrada, pois este era o sinal.
Passados dois milênios, e sob certo aspecto, pelo que se observa muito pouco mudamos. Como explicar que ainda tenhamos tais comportamentos? Necessário um psiquiatra ou quem sabe um filósofo? Não sei, mas espero que tenham renome os que tentarem explicar e que tenham cursado boas universidades. Ou talvez quem sabe um antropólogo?