quinta-feira, 6 de novembro de 2008

TODA 5ª: Filosofia do cálice cheio...

Passada as eleições brasileiras no país e nos States – sim, porque há mais de um ano a mídia nos sufoca com a paranóia da eleição yankee e até a gente acaba sucumbindo a tanta histeria - o que sobra para este blog?

Fora a Bolsa, um ou outro assassinato ao vivo e a cores, algum escândalo político, o que resta?

Pergunto dali, pergunto daqui, mandam uns emails, bebemos juntos, encontros na quitanda, na lavanderia e a conclusão:
só sexo dá ibope.
Dããã... Cumequié?

A política perdeu a graça? Baixou a curiosidade pelo blog?

“Escreve sobre sexo, querida. Sobre traições. Sobre desculpas esfarrapadas...”

Sei... Muié sofisticada que sou: vamos falar sobre relações humanas.

Peraí, deixa beber mais um pouco. Deixa o cabernet aquecer minhas idéias.

Assim ó: a fragilidade dos relacionamentos.


Ahã: andei lendo Zygmunt Bauman, sim. Tô curtindo.

Não precisamos acompanhar as novelas, ler Caras para assimilar que os relacionamentos rasos estão cada vez mais diluídos entre o pessoal.

Reclamam as amigas.
Amigas solteiras, separadas, viúvas. Casadas também.


Simples mesmo: vamos olhar para nossas fronteiras colonas.
Para os relacionamentos que espreitamos por aí, pelas fofocas da cidade, pelos cochichos no banheiro dos bares...
Orra meu, é crescente a procura pelos divãs dos analistas.

Olha para o fundo do cálice, leio nas borras da viticultura: transcende um vazio espiritual em todas as gerações. Te liga: não tem nada a ver com religião.

As relações são desonestas, se desenvolvem por interesse, a tal rede de relacionamentos, sacou? Tão triste, deplorável mesmo. Tô fora.

Mas, alguns se dando conta, estão optando pelo individualismo e não se envolvem com o Outro. Gente que também não assimila a tolerância, a compreensão.

Meu umbigo, teu umbigo, meu umbigo, teu umbigo.
Mantra da pós-pós-pós-modernidade.

As relações entre homens e mulheres parecem cada dia mais tênues. Ninguém quer se comprometer. Medo. Sufoco. E salve-se quem puder.
Para Bauman, a sociedade é líquida e tem a marca da rejeição.


Faz sentido:
- a oferta feminina é grande
- o mundo gay reivindica cada vez mais seu espaço
- os homens preferem as mulheres mais novas
- os homens preferem a turma.


Buáááá... A turma só quer saber de futebol e cerveja.

Sexo é alquela coisa: suuft...

E um cigarrinho depois, o teto, “a gente se vê por aí”.

Penso nisso enquanto me afundo dentro do cabernet, lembra?
Na vizinhança, alguém escuta Hymne de L’amour num vinil antigo...


- Sim, querida, o amor fracassou legal. Fazer amor não existe.
- E agora?
- Impotência total. Ninguém tem tempo nem criatividade para segurar uma relação.
- Filho da puta... Me comeu e sumiu.
- Bebe.






4 comentários:

Anônimo disse...

Eu acho a foto tão triste, mas ao menos alguém teve a coragem e a decência de clicar o fato sem usar a falta de foco para amenizar.

Eu -também- desisti das pessoas.
Como disse o Dr. Katz, o homem é o único bicho que não deu certo.

Beto Canales disse...

hehe... nem tanto assim...

Anônimo disse...

Sim senhor, seu Beto.
É bem assinzinho...

Anônimo disse...

Acende uma vela pra mim.

E arranja uma roda de macumba BEM FORTE.