Passada as eleições brasileiras no país e nos States – sim, porque há mais de um ano a mídia nos sufoca com a paranóia da eleição yankee e até a gente acaba sucumbindo a tanta histeria - o que sobra para este blog?
Fora a Bolsa, um ou outro assassinato ao vivo e a cores, algum escândalo político, o que resta?
Pergunto dali, pergunto daqui, mandam uns emails, bebemos juntos, encontros na quitanda, na lavanderia e a conclusão:
só sexo dá ibope.
Dããã... Cumequié?
A política perdeu a graça? Baixou a curiosidade pelo blog?
“Escreve sobre sexo, querida. Sobre traições. Sobre desculpas esfarrapadas...”
Sei... Muié sofisticada que sou: vamos falar sobre relações humanas.
Peraí, deixa beber mais um pouco. Deixa o cabernet aquecer minhas idéias.
Assim ó: a fragilidade dos relacionamentos.
Ahã: andei lendo Zygmunt Bauman, sim. Tô curtindo.
Não precisamos acompanhar as novelas, ler Caras para assimilar que os relacionamentos rasos estão cada vez mais diluídos entre o pessoal.
Reclamam as amigas.
Amigas solteiras, separadas, viúvas. Casadas também.
Simples mesmo: vamos olhar para nossas fronteiras colonas.
Para os relacionamentos que espreitamos por aí, pelas fofocas da cidade, pelos cochichos no banheiro dos bares...
Orra meu, é crescente a procura pelos divãs dos analistas.
Olha para o fundo do cálice, leio nas borras da viticultura: transcende um vazio espiritual em todas as gerações. Te liga: não tem nada a ver com religião.
As relações são desonestas, se desenvolvem por interesse, a tal rede de relacionamentos, sacou? Tão triste, deplorável mesmo. Tô fora.
Mas, alguns se dando conta, estão optando pelo individualismo e não se envolvem com o Outro. Gente que também não assimila a tolerância, a compreensão.
Meu umbigo, teu umbigo, meu umbigo, teu umbigo.
Mantra da pós-pós-pós-modernidade.
As relações entre homens e mulheres parecem cada dia mais tênues. Ninguém quer se comprometer. Medo. Sufoco. E salve-se quem puder.
Para Bauman, a sociedade é líquida e tem a marca da rejeição.
Faz sentido:
- a oferta feminina é grande
- o mundo gay reivindica cada vez mais seu espaço
- os homens preferem as mulheres mais novas
- os homens preferem a turma.
Buáááá... A turma só quer saber de futebol e cerveja.
Sexo é alquela coisa: suuft...
E um cigarrinho depois, o teto, “a gente se vê por aí”.
Penso nisso enquanto me afundo dentro do cabernet, lembra?
Na vizinhança, alguém escuta Hymne de L’amour num vinil antigo...
- Sim, querida, o amor fracassou legal. Fazer amor não existe.
- E agora?
- Impotência total. Ninguém tem tempo nem criatividade para segurar uma relação.
- Filho da puta... Me comeu e sumiu.
- Bebe.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
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4 comentários:
Eu acho a foto tão triste, mas ao menos alguém teve a coragem e a decência de clicar o fato sem usar a falta de foco para amenizar.
Eu -também- desisti das pessoas.
Como disse o Dr. Katz, o homem é o único bicho que não deu certo.
hehe... nem tanto assim...
Sim senhor, seu Beto.
É bem assinzinho...
Acende uma vela pra mim.
E arranja uma roda de macumba BEM FORTE.
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