quarta-feira, 9 de junho de 2010

EM TEU NOME




Bona Garcia e Leopoldo Feldens, em filme

“Encontrei Bona Garcia três vezes na vida. Duas no governo Simon e outra no governo Britto. Encontrei Leopoldo Feldens em algumas situações, sendo ele prefeito ou cidadão. Todos os encontros foram rápidos, cordiais, distantes e profissionais.
E nunca imaginaria vê-los numa tela de cinema.

O filme Em Teu Nome
(
www.teunome.com.br ) conta a história de um grupo de jovens estudantes no período militar e as consequências da ditadura, o exílio e a redemocratização do Brasil.

É um filme para quem gosta de história e política, mas é mais.

É uma história de amor, ou melhor, são diversas. E assim o cinema me
possibilitou enxergá-los melhor. Por um lado mais poéticos e por outro mais despidos e transparentes.

A declaração de amor mais bonita que eu havia assistido não continha a
tradicional expressão "eu teu amo". Isso faz mais de 15 anos. Era um
velho brizolista, num bate-papo de casais amigos, após um jantar, que com um sorriso tímido olhou para sua mulher e disse com os olhos
marejados:


"Eu estava na prisão e ela muito magra, pequenina, vinha me visitar". Ele poderia ter usado a palavra "ia me visitar", mas usou a expressão "vinha".


Ou seja, mesmo livre, a prisão ainda permanecia dentro dele e o seu melhor acalanto era o olhar da mulher, ontem e hoje. Se tivesse dito "Eu te amo" não teria sido tão profundo.

Lembrei do velho brizolista nas cenas que envolvem os personagens de Cecília e Bona Garcia e de Leopoldo e Dinorá Feldens. O amor e a solidariedade dos dois casais superaram as torturas, as humilhações, as opressões, os medos, as perseguições e os exílios.
Talvez você pergunte os motivos de trazer para uma coluna de jornal um papo de filme que uma minoria vai assistir. E eu explico."


Mazzarino

* Leia a crônica de hoje na íntegra no jornal A Hora, já nas bancas.

* Em Teu Nome foi dirigido pelo cineasta gaúcho Paulo Nascimento, o mesmo de Valsa para Bruno Stein, e conta a dor e a angústia daqueles optaram pela luta contra um regime autoritário.


* A lajeadense Juliana Feldens faz o papel de Dinorá Garcia Feldens, irmã de Bona.

*Ainda não assisti, mas pelo youtube curti muito a trilha sonora assinada por André Trento e Renato Müller. Disseram que Vitor Ramil aparece em uma interpretando Deixando o Pago.

2 comentários:

Anônimo disse...

será que no filme aparece os apelidos do anjinho

Anônimo disse...

Pode ter certeza que eu vou correndo na banca comprar o A hora para saber desta grande notícia... Vai catar prego no Alaska! Por favor....