De frequentador de “zona” a crítico dos juros altos, José Alencar está a caminho da canonização
(*) Ucho Haddad
No Brasil, a exemplo do que ocorre em boa parte do planeta, exigir coerência no mundo político é a mais hercúlea das tarefas. Quiçá não seja uma empreitada completamente impossível. Quando um político passa para o outro lado da vida, se é que isso de fato existe, suas mazelas chegam à sepultura muito antes do cadáver.
O mau vira bom, o desonesto vira honesto, o implacável vira um coitado. Sem querer duvidar da sua honestidade, esse cenário já recobre a morte de José Alencar Gomes da Silva, vice-presidente da República nos dois mandatos de Lula da Silva (2003-2010), que morreu em São Paulo após mais de uma década de luta contra um câncer abdominal.
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Ano e meio depois de tomar posse ao lado de Lula, o simpático José Alencar adotou obsequioso silêncio diante do escândalo que ficou nacionalmente conhecido como “Mensalão do PT”, esquema criminoso de cooptação de parlamentares que trocaram a consciência por um punhado de dinheiro imundo.
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Por ocasião da CPI dos Correios, que acabou investigando a fonte de financiamento do Mensalão petista, o nome da Coteminas veio à baila, pois a empresa de José Alencar recebeu em uma de suas contas bancárias um depósito de R$ 1 milhão feito pelo PT. Alencar, que logo tratou de isentar de qualquer culpa o seu conglomerado empresarial, alegou que as explicações deveriam ser cobradas do próprio PT.
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Em agosto de 2010, ao ser entrevistado pelo apresentador Jô Soares, o nada elegante José Alencar aceitou falar sobre o processo de investigação de paternidade que lhe movia Rosemary de Morais, sua suposta filha, e a recusa em se submeter a um teste de DNA.
Ao apresentador global o agora bonzinho José Alencar repetiu o que disse à Justiça. Que a mãe de sua suposta filha era prostituta e que ele [José Alencar] foi um frequentador contumaz das zonas de meretrício das cidades onde morou desde jovem. Ao expor a mãe da sua suposta filha de forma tão covarde e aviltante, José Alencar não apenas escancarou o seu caráter, mas mostrou ao mundo ser ele alguém bem diferente daquele que hoje, após a morte, a consternada população brasileira tenta canonizar.
Ter pena de José Alencar por conta da sua luta contra o câncer não causa espanto. Mas há milhares de brasileiros na mesma situação de Alencar e que lamentavelmente dependem do sistema público da saúde para lutar contra a morte. Esses sim são bravos lutadores, dignos de pena e do respeito incondicional de todos.
O site do jornalista saiu do ar...
6 comentários:
ele devia ter se tratado no SUS. aí sim seria um herói.
Só pelo fato do falecido Vice Presidente Alencar , ser vice do Lula , já chega prá ter certeza de que é membro da patota da "companheirada"..
Político é tudo a mesma coisa e feito da mesma massa..Não se pode confirar meio % sequer...Bem capaz...O falecido José Alecar , obviamente não fugiu a regra !
Ao anônimo lembro que ofende a si próprio ao dizer tal. Se não sabe a razão lhe digo que nós os humanos sem exceção somos nidícolas, gregários e políticos. Se assim não for é porque o sujeito já morreu.
Tenho muito respeito pelos mortos. Não ataco jamais alguém que já esteja no Oriente Eterno. Se tiver que atacar e o faço sempre que entendo necessário o faço contra o sujeito bem vivo. Qual o macho eu nunca esteve na zona de meretrício? Na minha época isto era comum. Hoje nem tanto, pois infelizmente as mulheres, nem todas, perderam a vergonha e ao invés de serem cantadas tomam a iniciativa e partem para cima dos homens. Como era bom quando a sedução se processava de maneira lenta e gradual. O primeiro contato levava algum tempo e a cama mais ainda. Quando se chegava à cama era bom demais. As saias justas com a presença das cintas liga. Era bom e os jovens de hoje nem mesmo podem entender do que falo, pois isto se perdeu no passado.
José Alencar Gomes da Silva eu respeito muito, pois um brasileiro saído do nada e que se deu bem na vida empreendendo. A educação formal recebeu parece-me que até o quarto livro. Faz cerca de um ano assisti durante uma madrugada uma longa entrevista dele na TV Senado. Sua cultura era invejável. Durante a entrevista foram falados incontáveis assuntos e em todos eles ele demonstrou que acumulou durante sua longa vida volume respeitável de conhecimentos. Também por isto afirmo que um diploma não faz o homem. Tinha bem mais de 20.000 colaboradores em suas empresas e NUNCA ENFRENTOU UMA ÚNICA GREVE. Penso nada mais necessitar dizer.
quem nega o sobrenome ao filho não vai para o Oriente Eterno...
Mas que filho? Fosse ele pobre essa tentavita por certo não haveria. Mas se você é do tempo em que se acreditava em coelhinho da páscoa prepare o ninho e fique sentado à porta de sua casa, pois segundo a lenda irá virá ainda este mês.
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